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Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000 Jornal Mensal Ano 12 - Nº135 AGOSTO 2011 PREÇO: 0,85 EUROS Guadiana Baixo Baixo Guadiana JORNAL DO PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS TAXA PAGA PORTUGAL Encontro Internacional em Outubro > P 8 e 9 > P 12 > P 10 > P 26 VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO: CAPITAL DO ILUMINISMO 2011 Desenho-Relatório de José Sande de Vasconcelos, de Outubro de 1774. Arquivo Histórico Municipal

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Mensario do Baixo Guadiana

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2011 | 1

Director: Carlos Luis FigueiraPropriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal

Ano 12 - Nº135

AGOSTO 2011

PREÇO: 0,85 EUROS

GuadianaBaixoBaixo

Guadiana

JORNALDO

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADODE PLÁSTICO OU PAPELPODE ABRIR-SE PARAVERIFICAÇÃO POSTALDE 01132011 SNS/GSCS

TAXA PAGAPORTUGAL

Encontro Internacional em Outubro

> P 8 e 9

> P 12

> P 10

> P 26

VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO:CAPITAL DO ILUMINISMO 2011

Desenho-Relatório de José Sande de Vasconcelos, de Outubro de 1774. Arquivo Histórico Municipal

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2 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |AGOSTO 2011

JBGJornal do Baixo Guadiana

EDITORIAL

Que medidas considera urgentes para travar a desertificação de Alcoutim?

Vox Pop

R: Penso que um dos factores de atractividade pode ser, perfeitamente, o turismo cultural, tendo em conta o imenso património que o concelho dispõe a este nível. Poderiam criar-se roteiros arqueológicos, itinerários cul-turais ligados também à gastronomia, aproveitando um nicho de mercado que está a crescer ao nível europeu, nomeadamente. Pelos recursos que necessita é também um turismo susten-tável e ecológico e deve ser potenciado porque em nada é menor que o turismo de massas.

Nome: Osvaldo PiresProfissão: Técnico Superior Patri-

mónio Cultural

R: Temos que conseguir, não sei como, angariar bons investidores, de forma a termos mais emprego e dina-mismo no concelho, pois só desta forma é que conseguem fixar os jovens. Porque não tentar fazer um projecto como a Universidade do Algarve está a fazer em Querença?... Porque é que os filhos do concelho, que estão fora e têm algum renome, não tentam fazer algum esforço pela sua terra natal? Aos olhos de todas as pessoas, o concelho de Alcoutim é muito bonito, tem tudo de bom, mas tentamos sempre sair daqui.

R: Penso que se poderia travar a desertificação com a criação de postos de trabalho para jovens, habitação de baixo custo e cre-ches.

Nome: Isabel Roque Profissão: Técnica Sindical

Nome: Telma MarquesProfissão: Técnica Superior Desen-

volvimento Local

R: Na minha opinião as medi-das indicadas começam pela fixa-ção dos jovens, criando condições e postos de trabalho. Eu sou de Vila Real de Santo António e vim para Lisboa à procura de melho-res oportunidades de trabalho. A vida cá é muito mais difícil e mais cara. Se houvesse melhores condi-ções, melhores infrastruturas, não existiria tanta desertificacão como nos pequenos meios. Sem oportu-nidades a população envelhece. A aposta no combate à desertificacão passa por cativar os jovens e os empresários.

Nome: Carla BentoProfissão: Escriturária

Director:Carlos Luis Figueira

Sub-Director:Vítor Madeira

Chefe de Redacção:Susana de Sousa

Redacção:Antónia-Maria,Carlos Brito,Joana Germano,José CruzVictoria Cassinello

Colaboradores da Edição:Ana BrásAna DiasAna Lúcia GonçalvesEusébio CostaFernando PessanhaHumberto FernandesJoão RaimundoMiguel GodinhoRui RosaSusana CorreiaAssociação AlcanceAssociação GUADIe Associação Odiana

Departamento Comercial:[email protected]@gmail.com

Sede:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21 8950-909Castro MarimTel: 281 531 171Fax: 281 531 080

Redacção:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIM281 531 171966 902 [email protected]

Propriedade:Associação OdianaRua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIMTel: 281 531 171Fax: 281 531 [email protected]

Pessoa Colectiva:504 408 755

Direcção Executiva:Associação Odiana

Design e Paginação:Daniela VazRui Rosa

Impressão:Postal do Algarve, LdaRua Dr. Silvestre Falcão,nº 13 C8800-412 TAVIRATel: 281 320 900

Tiragem desta edição:3.000 exemplares

Registo no ICS:n.º 123554

Depósito legal:n.º 150617/00

JBG online:http://issuu.com/jornalbaixoguadiana

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O TerritórioOs centros das nossas cidades e vilas reflectem, em geral, uma nova visão sobre a importância que o poder autárquico passou a atribuir ao tratamento do espaço público e à preservação e divulgação do seu património, na perspectiva de que a tal esforço corresponderia uma maior dinamização económica dos seus territórios pela mais alar-gada atractividade que permitia e a melhor qualidade de vida que dis-ponibilizava aos seus habitantes. Quem percorre hoje o País desse facto se dá conta, e a tal se deve, no fundamental, às medidas e ao labor da gestão autárquica.

Mas a preservação e gestão dos Centros Históricos encerra difíceis problemas de financiamento que não se resumem à sua manuten-ção e recuperação. Antes têm de se inserir numa perspectiva mais vasta sem a qual continuaremos a assistir à multiplicação e eterniza-ção de cadáveres, compostos por edifícios em continua e acelerada degradação, porque o público não tem recursos para lhe pôr cobro e os antigos proprietários, muitos deles ausentes, não têm nem recur-sos nem vontade para operar a sua manutenção, vivendo na esperança infundada de poderem em dada altura beneficiar de um negócio montado com base na especulação imobiliária. Sair desta contradição é

hoje um novo desafio que se coloca a quem gere o poder autárquico. O próximo Congresso promovido pela AICEI do qual neste número se dá justamente amplo relevo pro-curará nas diversas experiências que cruza dar algumas pistas para o que se considera uma questão central. Que novos usos, dirigidos a que mercados, moldados em que parcerias, se podem justificar na recuperação e utilização do patri-mónio histórico existente, sem que tal coloque em causa a preservação da nossa memória histórica, como elemento essencial do nosso pro-cesso do desenvolvimento.

Os dados do últimos Censos confirmaram preocupações que de diversos ângulos temos vindo a abordar. Ou seja, a desertifica-ção do interior do País está num acelerado e continuo processo de abandono, no qual se destaca o concelho de Alcoutim; que nesta última década perdeu mais popu-lação. Inverter tal situação só será possível com uma profunda altera-ção das políticas de ordenamento do território, acompanhadas de incentivos que tornem atractivas estas regiões para quem deseja nelas investir seriamente, tendo como base a apresentação e justi-ficação de projectos empresariais credíveis. Sem tais alterações con-tinuaremos a assistir à desertifica-

ção humana e económica de uma importante faixa do País, deitando fora investimentos vultuosíssimos compostos por dinheiro nacional e comunitário que levaram a estas importantes faixas do nosso terri-tório acessibilidades, tratamento de espaço público, equipamentos desportivos e sociais, sem que desse esforço se obtenha o retorno necessário. E o mais inquietante e incompreensível nestes casos é sabermos que existem projec-tos viáveis, assentes em recursos endógenos, associados a novas tecnologias, com disponibilidades próprias de financiamento, que poderiam ser alavancas para inver-

ter este infernal ciclo, esperando por decisões do poder central que pela morosidade e complexidade que informam tornam desanimador para qualquer empresário, poder arriscar nestas áreas o seu inves-timento.

Uma última nota para condenar os violentos atentados terroristas produzidos na Noruega, executa-dos por um norueguês, branco, extremista, xenófobo, oriundo ideologicamente de partidos radi-cais de extrema-direita. O que nos alerta para o facto do terrorismo não ter só uma origem geográfica, ou reflexo de uma só proveniência étnica ou religiosa.

[email protected] Luis Figueira

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2011 | 3

CRÓNICAS

Correndo o risco de ser apelidado de «Velho do Restelo» ou de outros impro-périos, e como defensor acérrimo das novas tecnologias e do papel decisivo da sociedade da informação, gostaria de reflectir criticamente acerca de uma realidade incontornável da Idade Con-temporânea, que são as redes sociais, em especial o facebook, o twitter e a orkut.

A voragem dos dias em que vivemos na busca incessante da afirmação e da notoriedade despertou nos expert da informática, particularmente em

Tom Truscott e Jim Ellis, o engenho e a arte para esboçarem os fundamentos da primeira rede social, com o fito de ajudar a conhecer pessoas e a manter relacionamentos, cuja democratização foi exponencial, como facilmente se observa.

Na actualidade as redes sociais estão consideradas como a actividade on-line mais realizada no mundo e que mudou, definitivamente, a maneira como deglutimos informação. O face-book, o twitter e a orkut entraram de tal forma no nosso léxico, que diaria-

mente estes vocábulos se repetem até à exaustão.

É frequente ouvirmos uma frase batida como “estou no facebook, no twiter ou na orkut e tenho milhares de amigos”. O que eu não sabia, mas fiquei a saber, ignorância minha, é que a amizade enquanto valor sólido se cria e actualiza na internet, num qual-quer terminal de computador.

Provavelmente, o leitor é daqueles que já foi assediado para um pedido de amizade no facebook. O que é natu-ral, se pensarmos que até os políticos

andam à caça de fás na internet, como ainda recentemente relatava um sema-nário, que dava conta das bocas que eles mandam no facebook, «insultam-se, comentam as coisas das estrelas de tv, revelam o que comem, onde dormem e até com quem jantam».

Em face deste quadro de voyeurismo bacoco, a minha rebeldia incontor-nável obriga-me a colocar a seguinte questão: o que é que pode levar um indivíduo a expor, descaradamente, a sua integridade e a dos seus filhos, numa rede social, horas a fio, à cobiça

alheia? As motivações podem ser múltiplas,

desde a ausência de auto-estima, igno-rância, problemas do foro psíquico, necessidade de protagonismo ou sim-plesmente a procura do sucesso. Até posso perceber que muitas pessoas tenham necessidade de partilhar os seus êxitos (e as suas frustrações) com terceiros, agora o que já não entendo é que o mais alto magistrado da nação procure a sua página no facebook para comunicar com os portugueses e que os órgãos de comunicação social se demitam da sua missão de informar para saber o que se comenta nas redes sociais e, ainda, imagine-se, saber quantos amigos têm no facebook, no twitter ou na orkut.

Como diria a minha comadre Perpé-tua, com as mãos calejadas de descas-car tantas maçarocas de milho: «olha filho, vê lá se consegues inteirar-te do que é isso de se conhecerem pela internet e depois conta-me. Sabes é que já não consigo esconder mais a minha solidão!»

Vítor Madeira

O insubmisso

Há muitos anos li numa revista um pequeno texto intitulado «O Caminho de Ítaca». Marcou-me. Guardei-o. O papel está muito velho e gasto, mas a sabedoria das palavras apanha-me sempre com a mesma consistência quando, de longe a longe, alguma arrumação mais profunda me faz tropeçar nelas.

Pelo que recordo, o pequeno texto fala de alguém cujo objectivo na vida

é chegar a um local idílico chamado Ítaca e que gasta a sua vida na cami-nhada para lá chegar. Enfrenta medos e perigos, passa por belas paisagens e inesquecíveis momentos, conhece outras pessoas e conhece-se a si mesmo. Vive, descobre, perde e encon-tra, mas sempre de olhos postos no seu objectivo: chegar a Ítaca. Quando final-mente lá chega depara-se com duas realidades: Ítaca é um local normal, como qualquer outro no mundo: não tem uma beleza extraordinária nem riquezas sem fim; não é o paraíso e muito menos corresponde a todas as expectativas criadas, ao contrário de muitos dos locais por onde o homem passou. Por outro lado, percebe que

a sua vida se aproxima do fim, pois a vida do ser humano é sordidamente curta para cumprir todos os seus sonhos e desígnios.

O homem percebe que gastou a vida na caminhada e que chegou a um sítio comum. E é só nesse momento que entende também que a verdadeira recompensa está na estrada da vida e não no local para onde, inexoravel-mente, nos tentamos dirigir.

Todos temos a nossa «Ítaca». Para uns é a riqueza, a fama ou a glória. Para outros tem a forma do mais per-feito amor ou da sublimação espiri-tual. Qualquer que seja a nossa Ítaca, o nosso objectivo, o nosso máximo destino, é admiravelmente estranha

a capacidade de esquecermos o mais importante. A Ítaca está a cada passo do caminho. O sonho concretiza-se a cada segundo que o sonhamos. O destino que cada um de nós luta, dia após dia, por alcançar está, afinal, a materializar-se a cada passo, a cada inspiração dos nossos pulmões.

A consciência de que a nossa Ítaca está no próprio caminho da vida, é uma das muitas valiosas sabedorias que nos podem ajudar a viver a vida acordados. É o que nos pode ajudar a não ter os olhos postos apenas no prémio final e, pelo contrário, levar todos os sentidos bem alerta e sentir, ao longo de todo o caminho, toda a sua beleza. Basta saber ver com a alma, ouvir com o coração e respirar com a nossa essência…

Mas todos os caminhos têm pedras, perigos e miragens. Todos os caminhos implicam esforço, can-saço, dor e perda. Há que aceitá-los também, tentando dar-lhes sentido

e aprendendo com eles, pois a cada muro que derrubamos e a cada dor que ultrapassamos, estamos mais fortes e mais preparados, mais humanos e capacitados. Cada obstáculo pode representar uma lição de resistên-cia, de perseverança, de perdão, de amor e de uma infinidade de outras coisas. Atentos ao caminho, a vivê-lo a cada instante, aprenderemos lições impensáveis e aproximar-nos-emos mais de nós mesmos.

Saber que o verdadeiro valor do caminho de Ítaca é o próprio caminho será, enfim, a única maneira de conseguir saborear a chegada. Saber que o verdadeiro valor da nossa caminhada é o próprio caminho é a derradeira sabedoria da vida. É isto que me traz aquela velha folha de cada vez que os nossos caminhos se cruzam, porque por mais que a alma saiba, é com frequência que o corpo esquece.

Ana Dias

O Caminho de Ítaca

Estava farto das academias, dos senhores doutores, das comissões de qualidade, do grau que a sociedade dos graus lhe exigia para ser alguém. Se calhar até andava por ali algum daqueles universitários à escuta mas ele pouco se importava. Declarava agora sem medos que o seu mestrado iria ficar a meio e com muito orgulho. Porque o que ele queria agora era ser feliz desligado daquele meio.

Tinha sido ali que a conversa de ontem tinha ido parar, numa dessas redes sociais que nos obrigam a estar ligados a toda a hora, desligados do mundo; dessas que nos torna seres virtuais, inadaptados, incapazes de

grau se não temos emprego, pensava ele; e mesmo que o tenhamos, para que queremos realmente o grau? Para dizermos que o temos? Para nos afir-marmos perante os outros? Que estra-nha forma de afirmação esta. Ainda para mais, uma afirmação que custa muito dinheiro.

O que ele queria mesmo era ser feliz sem ter de viver imerso na obs-cenidade desta sociedade hipócrita, materialista, burocratizada, desuma-nizada e desenraizada em que nos afundámos. Que se danasse o raio dos graus, dos senhores doutores, dos engenheiros e das altas individuali-dades. O que ele gostava mesmo era de ser capaz – cada vez pensava mais nisso – de partir para o campo e plan-tar alfaces, ordenhar cabras e pastar ovelhas e não ter de andar para aqui todos os dias preocupado com graus que lhe pudessem dar acesso a um emprego «sólido» que lhe permitisse

saldar todas as dívidas de todas as coisas que na realidade não lhe faziam falta nenhuma. Não, não era isso de todo que desejava. Desaparecer e ser feliz na ruralidade: era esse o seu ver-dadeiro sonho. E nessa conversa logo entrou um outro amigo que, a assistir à troca de considerações, lhe evocou que aquilo que os governantes hoje em dia mais desejam é a ruralização das gentes, alertando-o para o facto da infelicidade das mesmas decor-rer muitas vezes da consciência da impossibilidade, ou da cedência no processo em alcançar algo a que se propõem, por livre vontade ou por imposição das circunstâncias sociais. Falava ele, é claro, de objectivos não espirituais, dependentes sempre de circunstâncias exteriores ao indivíduo. Dizia que lhe vinha sempre à ideia o livro de Tomás de Kempis – «A Imita-ção de Cristo», no qual o autor explica qualquer coisa como isto: «Para seres feliz não desejes nada».

E era exactamente esse o estado de espírito com que ele ultimamente se identificava. Não desejava abso-lutamente nada para além da feli-cidade oferecida pela sucessão dos dias. Apetecia-lhe tão-somente largar

este mundo artificial e partir para o campo, ser o homem das batatas, dos morangos e das hortaliças. E que mal ficava dizer isto, pensar assim nesta sociedade tão moder-nizada. Enquanto isso, a sua colega punha lenha na fogueira explicando que a intenção do governo não podia ser tão sofisticada ao ponto de pretender a ruralização colectiva já que, na sua visão do mundo, a única coisa que os governos euro-peus pretendem actualmente é que as pessoas não contestem, que não sejam obstáculos às suas políticas. Porque de facto, nos dias que correm, mais parece que ser cidadão, é ser incómodo. E ele assinava por baixo, em letras gar-rafais, numa assinatura tão grande que quase ocupava toda a caixa de comentários. E o mais interessante de tudo isto é que depois desta tão intensa troca de considerações, todos se despediram da conversa séria mas virtual das hortas, adiando os sonhos de rebelião pessoal de cada um, e foram-se deitar, porque cada um deles teria no dia seguinte de acordar cedo para as habituais reu- niões matinais na universidade.

falar olhos nos olhos como dantes fazíamos, mas onde, contraditoria-mente, nos descobrimos por entre conversas inconsequentes, à vista de toda a gente, para o bem e para o mal. Era sobre isso que trocavam mensagens virtuais, à velocidade da luz: sobre o facto de uma qualquer senhora doutora de uma universidade da capital, responsável pelo «Depar-tamento de gestão da qualidade e boas práticas, imagem e internacio-nalização» – que nome tão pomposo, mas tente-se deslindar o que quer isto dizer – querer fazer os alunos pagar (e bem) pela creditação ime-diata na componente lectiva de um mestrado, sem que estes tivessem de frequentá-la. Pagas e damos-te o grau, como quem diz. Ou não pagas e não te damos o grau. É assim que hoje se fazem as coisas, nesta brilhante sociedade em que nos mergulhámos. Grau? E para que raio queremos nós o

Miguel Godinho

Um desejo de ruralidade

A ditadura das Redes Sociais ou a solidão que se esconde no monitor de um computador

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4 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |AGOSTO 2011

Em tempo de interregno lectivo são cerca de três meses em casa. A pensar na ocupação dos miúdos, e no descanso dos graúdos, as autarquias do Baixo Guadiana implementam mais um ano de férias preparadas a pensar no lazer e na pedagogia dos mais pequenos, e fazem-lo também pelos pais que não têm com quem ou onde deixar os filhos.

EDUCAÇÃO

No Verão a região do Baixo Guadiana vê mais movimento no território devido ao intenso turismo; como tal, são muitos os pais que trabalhando no sector turístico e não podendo tirar férias não têm onde deixar os filhos nas «férias grandes». O Baixo Guadiana preparou-se para mais um ano e relan-çou três iniciativas para colmatar essa lacuna.

«Férias Desportivas»

Começando mais a nordeste, em Alcoutim, são uma centena as crian-ças que vão poder desfrutar da 17ª edição das «Férias Desportivas», uma organização da câmara local com participantes do 1º, 2º e 3º ciclos de ambas as escolas do concelho. Activi-dades como a canoagem, golfe, jogos lúdico-desportivos e diversas activida-des aquáticas, entre as quais a vela e a natação, foram os atractivos de mais uma edição das «Férias Desportivas» que termina já no final da primeira semana de Agosto. As 100 crianças abrangidas pela iniciativa são dividi-das em seis grupos que, durante uma semana, usufruem das várias dinâmi-cas desportivas levadas a cabo nos três concelhos do Baixo Guadiana. Para a organização, estas férias dedicadas aos mais pequenos “são uma forma eficaz de combater o isolamento das crianças que vivem nos montes e proporcionar acesso a actividades que não fazem parte do seu dia-a-dia”. Trata-se um complemento lúdico nas férias e uma forma consolidada de combate ao iso-lamento a que está votado o concelho nordestino, mas não apenas. “Estas férias ocupam as manhãs dos jovens de uma forma saudável e diferente daquela a que teriam acesso sem a existência da iniciativa”, refere a organização.

«Férias Activas»

Com o objectivo de garantir a ocu-pação saudável das crianças do con-celho durante a interrupção lectiva de Verão e, ao mesmo tempo, apostar no seu desenvolvimento cultural, social e pessoal, prevenindo situações de abandono escolar, também a câmara de Castro Marim preparou, desde o final de Junho até 7 de Setembro, a 3ª edição das «Férias Activas». Este ano participam 230 alunos do 1º, 2º e 3º

ciclos que vão poder visitar cenários muito distintos; vão ser dois meses com um vasto e diversificado leque de actividades que os levam a conhecer o concelho onde estudam e residem.

Na biblioteca municipal participam em acções de promoção da leitura, na «estante dos livros activos», no «bingo de leitura» e no «jornal de parede». Ateliês de trabalhos manuais, ses-sões de cinema e quilling [trabalho manual realizado com tiras de papel enroladas e modeladas], são outras das actividades com as quais se pre-tende desenvolver a criatividade e as capacidades cognitivas das crianças e jovens. Na Companhia das Culturas [Turismo Rural em S. Bartolomeu], os alunos tomam o pulso ao mundo rural, através do desenvolvimento de activi-dades agrícolas (manutenção da horta, produção de pão, de esculturas doces e objectos do imaginário, de artes e ofícios e, ainda, passeios a cavalo). Na Piscina aulas de natação e jogos de água; já na Marina vilarealense, e com a colaboração da Associação Naval do Guadiana, os participantes descobrem os desportos náuticos. Com a ajuda da Banda Musical concelhia desper-tam para os instrumentos musicais e na Quinta do Vale aprendem a jogar golf. E como no verão, a praia não pode faltar, os jovens contam com um vasto programa de animação.

Para a câmara municipal de Castro Marim, o programa «Férias Activas», “além de constituir um contributo importante para os pais e encarre-gados de educação que, durante este período, não possuem forma de asse-gurar a ocupação dos tempos livres dos seus educandos, é, também um modo de prevenir junto das crianças e jovens comportamentos de risco e isolamento”, refere a autarquia.

«Férias em Movimento»

A terminar a ronda pelo Baixo Guadiana, a cidade de VRSA criou há alguns anos as «Férias em Movi-mento», num projecto da Junta de Freguesia de VRSA para ocupação dos tempos livres dos mais pequenos durante as férias escolares que junta este ano 250 petizes.

Aqui estão envolvidos 34 monitores, dez professores e um coordenador que orientam os mais pequenos em todas as actividades culturais e desportivas

desenvolvidas ao longo do dia e que vão desde a ginástica, natação, fute-bol, golfe, equitação, artes plásticas, cinema e informática, entre outras; surgem ainda outras surpresas neste contexto como a actividade «Polícia por Um Dia» [ver notícia p. 05]. “É um pro-jecto com vários anos, mas que assu-miu este formato e dinamismo desde 2005” conta Luís Romão, presidente da Junta de Freguesia, explicando que “o que pretendemos é ocupar as crianças enquanto os pais trabalham e temos vindo a tentar melhorar de ano para ano, sendo que estas «Férias» também decorrem nos interregnos lectivos do Natal e Páscoa”. As «Férias em Movi-mento» são gratuitas, os pais apenas pagam o seguro e as crianças podem usufruir das inúmeras actividades desde Julho até final de Agosto, sendo que neste último as actividades apenas decorrem no período da manhã.

Todas estas actividades para os mais pequenos confluem com a animação que a junta de freguesia desenvolve na praia de Santo António [vólei, futvó-lei, beach ténis, badmington, jogo do burro, rugby de praia], aberta a todos os utentes, mas especificamente destinada a estas crianças durante o período da manhã, na qual os jovens usufruem das estruturas para a prá-tica desportiva, onde podem encontrar material desportivo

E porque movimento é sinal de dina-mismo, Luís Romão quer mais activi-dades e aponta possíveis intercâmbios com outros concelhos do Algarve. “O objectivo seria conseguir proporcionar aos jovens vilarealenses passar uma semana num concelho de interior e estar em contacto com a realidade rural e vice-versa, trazer os jovens do interior para o litoral”; para já a pro-posta está a ser estudada.

O responsável garantiu que o apoio logístico e a sustentabilidade financeira para todas estas actividades érealizado com o apoio da câmara municipal e de algumas associações do concelho.

No mês de Agosto a câmara munici-pal de Castro Marim realiza workshops ambientais destinados aos jovens em idade escolar e contemplam18 sessões distribuídas pelas praias de Alagoa/Altura, Verde e Retur.

As crianças e jovens são convida-dos a desenvolver actividades como a pintura de tecidos, jogos educativos relacionados com a poupança de água e reciclagem; também reutilização de materiais como as latas e os cartões para elaboração de utensílios (ímanes para frigoríficos, cinzeiros de praia, entre outros). O grande objectivo é a defesa do meio ambiente e o des-pertar para a problemática da produ-ção de resíduos reduzida através da reciclagem e do reaproveitamento de materiais.

Calendário: Praia da Alagoa/Altura: (16h) dias 01, 03, 08, 15, 22 e 25 Agosto; Praia Verde: (09h30) dias 01, 03, 15, 22 e 25 Agosto; Praia do Cabeço / Retur: (09h30) dias 02, 04, 09, 16, 23 e 26 Agosto

Férias desportivas, activas e movimentadas

Praias recebem workshops ambientais

Em VRSA 250 crianças nas «Férias em Movimento»

Em Castro Marim as «Férias Activas» juntam este ano 230 crianças e jovens

Um total de 100 crianças participam nas «Férias Desportivas» em Alcoutim

Alcoutim, Castro Marim e VRSA

Em Castro Marim

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2011 | 5

José Brito está neste momento a fazer a sua maior caminhada. Ao longo de 30 dias vai resistir às mais variadas adversidades com que se depara um caminheiro que tem “uma enorme fé de que tudo será de facto superável”.

PSP e Junta de Freguesia de VRSA sensibilizam para a segurança

Jovem Caminheiro partiu de VRSA até Santiago de Compostela

nos limitações que na realidade não existem”, rejeitando hoje a “falta de tempo” como justifica-ção. Convicto “que quando nos determinamos a fazer o resultado é único, a experiência torna-se inesquecível”.

Preparado para o calor e para a chuva, segue até Santiago de Compostela pelo caminho fran-cês – o mais difícil. Fez em Maio uma preparação intensa e à força de vontade junta um espírito de peregrino onde procura muitas

respostas para a sua vida. “O caminhar na vida, dia após dia, está de igual forma relacionado com o caminhar por uma estrada, onde existem dificuldades para vencer, perigos para enfrentar, pessoas para conhecer e princi-palmente, dar atenção ao que está em nosso redor e saber respeitar. Lembra que “escolhas têm que ser feitas e opções têm que ser tomadas para decidir por que caminho seguir, sobretudo quando nos deparamos com dife-rentes alternativas. Nem sempre fazemos a escolha certa, mas por vezes, é possível reparar essa situação”. E numa analogia José Brito dá uma resposta transapa-rente às suas ambições. Determi-nado, e com a coragem suficiente para acreditar nele mesmo, não coloca limitações “onde nem sequer existem”, e lembra que “tudo apenas depende de nós”.

Contrapôr ao egoísmo,

ambição e recuperar valores humanos

Segundo este jovem “a vida é composta por uma rotina em que os valores humanos estão a perder-se a uma enorme veloci-dade”, considerando que “apenas existe a superioridade, o egoísmo, a obsessão de querer mais e mais, nem que para isso se tenha que passar por cima de tudo e todos”. Defende que há que ter “a ousadia suficiente para mudar isso, come-çando por nós próprios; talvez os outros com quem cruzamos todos os dias se apercebam que também eles necessitam dessa mudança e da busca interior”.

“É necessário um auto-controlo físico, emocional e psicológico”.José Brito garante que “toda esta caminhada de vida” o colocou “à prova em todas as situações pos-síveis”, frisando que

José Brito vai percorrer um total de 900km até Finisterre. “Será um desafio que irá mostrar a diferença entre a vida que escolhemos e a vida que vivemos”, remata.

Tem um blog onde partilha as suas experiências:

http://peregrino-algarvio.blo-gspot.com/

automobilista, mas também no poli-ciamento apeado e apoio aos mais idosos.

A responsável acredita que há muitos jovens que estão “hoje mais sensibilizados que antes, nomeada-mente, para as questões da segu-rança rodoviária”. Lembra, ainda, que “numa altura em que tanto se fala na segurança no Algarve esta deve ser vista como uma acção de

Cerca de uma centena de crianças e jovens de Vila Real de Santo António aprenderam mais sobre segurança. A Polícia de Segurança Pública de VRSA, no âmbito do Programa de Proximidade, decidiu lançar um repto à junta de freguesia local e integrar uma acção de sensibilização no projecto de ocupação de tempos livres de Verão «Férias em Movi-mento». O repto foi aceite, tal como nos testemunha a Chefe Helena, que se congratula com a iniciativa. “Poderá não ser a primeira, mas será certamente das poucas acções que são feitas nestes moldes”, disse ao JBG esta agente da esquadra da PSP que tem estado na rua com os jovens. A responsável advertiu o JBG referindo que foi apenas pos-sível contemplar 10 jovens por dia nesta iniciativa. Esta agente acredita que numa próxima edição haja lugar para mais jovens.

A rotina dos jovens passou por integrar o quotidiano laboral dos polícias que estão diariamente nas ruas. Desde prestar informação no posto de atendimento ao turista, passando pelo comércio, apoio ao

Com uma mala de 15 quilos às costas, sozinho e sem carro de apoio, José Brito propôs-se cami-nhar 30 km por dia. E assim vai ser ao longo de 30 dias. A 1 de Agosto este jovem estará a percorrer a estrada a pé há semana e meia, ou seja, ainda tem pela frente cerca de mais 15 dias até chegar ao des-tino Santiago de Compostela. Saiu com um “espírito positivo”. Esta é a sua segunda grande caminhada. A primeira aconteceu o ano pas-sado quando foi a pé até Fátima ao cabo de 10 dias. “Por vezes mostramos uma imensa vontade e necessidade dessa viagem de pro-cura de nós próprios, de preenchi-mento no vazio das nossas vidas, mas não conseguimos arranjar a coragem e determinação para o fazermos”, justifica-se José que também adiou por diversas vezes esta viagem. “Adiamos durante muito tempo, simplesmente por nos deixarmos absorver por uma rotina no dia a dia, colocando-

JUVENTUDE

Ana Pedro, umas das 100 crianças/jovens abrangidos

José Brito vai percorrer 900 Km em 30 dias

A biblioteca municipal está a levar a cabo mais uma campanha de reutili-zação de manuais escolares. O objec-tivo, pode ler-se em comunicado, “é tornar mais acessível o conhecimento e a cultura aos cidadãos e, parale-lamente, reduzir custos e optimizar os rendimentos das famílias com a educação dos filhos”.

A acção decorre desde Julho e prolonga-se até Setembro, sendo a finalidade facilitar o acesso de todos os manuais escolares que já não são necessários e que podem ser reapro-veitados e reutilizados. A iniciativa visa, ainda, “apoiar a comunidade rendibilizando não apenas as econo-mias familiares, mas também a pro-tecção do meio ambiente, evitando o abate indiscriminado de milhares de árvores que são necessárias à vida nas florestas”, diz a autarquia.

Segunda campanha

Esta é já a segunda campanha de reutilização de manuais esco-lares da Biblioteca Municipal. Válida para os livros partir do 5º ano de escolaridade que já não são necessários e que podem ser entregues na Biblioteca. Após a entrega dos manuais escolares, a Biblioteca procede à criação de uma base de dados com indicação das ofertas recebidas, disponibi-lizando a todos os estudantes os manuais oferecidos para os dar de volta aos munícipes.

O utente pode confirmar a existência e disponibilidade dos manuais que necessite e pode soli-citar conforme a lista dos livros adoptados em cada estabeleci-mento de ensino.

O mês de Julho foi especial para cerca de 100 jovens envolvidos nas «Férias em Movimento». Aprenderam as normas de segurança e até se fardaram a rigor.

formação dos mais jovens que, para além de aprenderem, têm o grande poder de influenciar os amigos e também os mais crescidos”.

“Se beber não conduza e utilize sempre os cintos de segurança”, são normas de segurança aos automobi-listas que Ana Pedro, uma das jovens abrangidas pelo projecto, não tem qualquer dificuldade em enumerar.

Reutilização de Manuais escolares

Castro Marim

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LOCAL | EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

por Antónia-Maria

El Flamenco patrimonio cultural inmaterial de la humanidad

Se celebró a principios del mes de Julio la XVI Gala del Deporte en la ciudad fronteriza de Ayamonte. A la celebración, en el teatro de la ciudad Cardenio, acudieron mas de 500 personas para asistir a la entrega de galardones por el Patro-nato de Deportes, a los mejores deportistas del año, equipos, ins-tituciones y empresas vinculadas con el deporte. En total se entregaron 28 galar-dones a las diferentes modalidades deportivas como Rocio Jiménez en atletismo, Sergio Reyes, jugador de dardos, Lorena Vargas en tenis, Andrés Carro en baloncesto, José María Flores en atletismo y un largo etc…Se otorgaron menciones honro-sas entre otros, al Club de Pesca Puerta España, al Club de Pesca Isla Canela, al Club de Tenis de mesa, también al Ayuntamiento de Sanlú-car del Guadiana por el desarrollo de las actividades conjuntas reali-zadas en este lugar a lo largo de todo el año.También hubo mención especia para el Internacional Football School Ricardo Godoy’s por la celebración del Mundialito en esta ciudad.

El flamenco tiene orígenes muy inciertos. Son muchas las teorías sobre este género aunque, actualmente, se acepta que la convivencia en la antigüedad de los pueblos más marginados en Andalucía, tales como los judíos, los moriscos y los gitanos lo hicieron posible, ya que estas razas están por todo el mundo y sin embargo, flamenco, solo existe en Andalucía. El flamenco es un patrimonio genuino de Andalucía.

Otros escritores románticos como Bécquer, también nos dan noticias sobre el “cante jondo” o flamenco, en sus relatos sobre Andalucía.

El poeta Federico Garcia Lorca y el músico y compositor Manuel de Falla rescatan y valorizaran este arte creando el primer concurso de Cante Jondo en 1922, en Granada; concurso al que acudieron los cantaores mas célebres de la época y que tuvo una gran repercusión en la prensa nacional de la época.

Actualmente hay un organismo creado, dependiente de la Junta de Andalucía que lo protege y promo-

maravillado por los sonidos de sus exóticos instrumentos musicales: panderetas, violines, crótalos…

Mas tarde, en el siglo XVIII, el escritor José Cadalso, nos narra una fiesta flamenca en un cortijo de Andalucía, en su obra Cartas Marruecas y, a mediados del siglo XIX, el escritor costumbrista Sera-fin Estébanez, considerado el primer flamencólogo, nos da noticias de “cantaores” famosos de la época en los llamados cafés –cantantes que empiezan a surgir en esos años: el Filló, el Planeta, el Nitri… Casi todos ellos de etnia gitana.

Blas Infante, político andaluz y escritor, dice que su origen viene de la voz árabe “fellah-mangu” que quiere decir “canto de campesinos”, versión que comparten otros inves-tigadores.

Anteriormente fue una expresión cultural ignorada que sólo se cantaba en estas sociedades marginadas con motivo de celebraciones o reuniones familiares.

El escritor Cervantes, ya, en sus “novelas ejemplares” como Pre-ciosilla, nos habla de gitanas que bailan y cantan en la calle a cambio de algunas monedas, y del publico

ciona tal como el Centro Andaluz del Flamenco, cuya sede se encuentra en Jerez de la Frontera, en la provincia de Cádiz, y cuyo objetivo es la investiga-ción y recuperación de todos aquellos valores que forman el patrimonio cul-tural; en su fonoteca se reúnen cerca de 75.000 registros sobre los diferentes cantes y una gran discografía que se

encuentran a disposición de los visi-tantes.

También se crearon cátedras de Fla-mencología en diversas universidades para alumnos extranjeros que quieran conocer los orígenes y los diferentes estilos de esta expresión musical reco-nocida recientemente como un Patri-monio Cultural de la Humanidad.

Patio típico del Centro Andaluz del Flamenco, en la ciudad de Jerez de la Frontera

XVI Gala del deporte en la ciudad fronteriza

En estos meses calurosos de verano que nos queda por venir, nada mas apropiado que este plato típico de Andalucía, energético y gran antioxidante.Aunque con numerosas varieda-des por todo el sur de la Penín-sula Ibérica, el andaluz es el más extendido.

“Estudiábamos el sexto año de Bachillerato cuando entró en Huelva la simpática tuna de Faro.Le hicimos un recibimiento magno. Por las calles íbamos gritando con entusiasmo y de nuestras gargantas salían los vítores mas entusiastas adonde hervían todas las hipérbo-les de la imaginación del Sur.Fraternizamos muy pronto…Enronquecidos entramos en el Ayuntamiento y en el Gobierno Civil.En todas partes los estudiantes por-tugueses eran acogidos con gran entusiasmo.Intimamos pronto con un simpático muchacho, amante de su patria.De todas nuestras conversaciones dedujimos que éramos dos buenos compatriotas y que sentíamos una gran simpatía por la poética Portu-

El Gazpacho AndaluzLusitania: viaje por un país romántico… Este plato era típico entre los tra-

bajadores del campo por su fácil preparación, y es un icono de la cocina mediterránea. Alimento completo que aporta vitaminas (E, A, C) ácidos grasos no saturados, fibras y sales minerales. Es tam-bién un gran antioxidante.

gal, hermana de lenguaje suave y de lirismos encantadores y heroicos aventureros.Junto al piano de nuestra casa…Antonio de Silva cantaba fados que nos hacían poner tristes. Victor Manuel dos Santos recitaba poemas épicos, tan sonoros de Os Lusiadas. Y veíamos a Portugal unida a noso-tros y a España unida a Portugal. Nos parecía que Iberia era una sola nación…era Coimbra y Salamanca, Madrid y LisboaUna noche, la estudiantina fue invi-tada al un baile en el Circulo.En el baile, la acogida de las jóve-nes de nuestra tierra fue de apo-teosis…Cuando salimos del Circulo, fuimos por las calles de Huelva dando serenatas. La melancolía del fado caía en la noche, como un perfume nuevo…”

De “Lusitanía: viaje por un país romántico.” 1920

Rogelio Buendía Manzano, médico escritor y poeta, nace en Huelva en 1891, perte-nece a la generación de 1927, aunque su nombre haya sido mas silenciado que los de otros escritores. Autor modernista y con numerosas obras publicadas, tuvo contactos con escritores portugueses de su época y viajó con frecuencia al país vecino, Portugal, por el que sentía una profunda atracción. Fue un apasionado iberista. Estudiantina

Ingredientes: Pan del día anterior: 100 grs Tomates rojos muy maduros: 800 grs Pimientos verdes: 2 unidades Pepino:1 Diente de ajo:1 Aceite de Oliva:1 dl Agua según el gusto Sal: un pellizco Algo de vinagre o limónMezclar y triturar muy fino hasta convertirse en una masa homogénea.Acompañar de huevos duros en rodajas y trocitos de jamón.

A la hora de servir, mejor en un tazón o bol acompañado de una hojita de romero o albahaca

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2011 | 7

LOCAL

VRSA faz primeira entrega de material ortopédico

Câmara de Comércio Portugal/Cuba avança com acordo de intenções

Foi entregue no passado dia 21 de Julho pelo presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, material orto-pédico a várias instituições e muní-cipes carenciados do concelho. O material, recebido em Fevereiro da Fundação AGAPE – ONG Escandi-nava, é proveniente de hospitais e lares escandinavos. Porque ali existe uma política de constante renovação o material “encontra-se em perfeitas condições de utilização e ascende a um valor total de 600 mil euros”, explicou Sílvia Madeira, vereadora com o pelouro de acção social.

Luís Gomes entregou no salão nobre da câmara municipal anda-rilhos, cadeiras de rodas a crianças, paraplégicos e tetraplégicos, cadeiras

Foi apresentada no passado dia 6 de Julho em Vila Real de Santo António a «Câmara de Comércio Portugal/Cuba». Trata-se de uma estrutura que pretende promo-ver a troca empresarial nas áreas do comércio, indústria e turismo entre território luso e a ilha das caraíbas. O acordo de intenções foi assinado no salão nobre da câmara municipal entre dois empresários, Luís Gomes, presidente da câmara municipal de VRSA, e entre Eduardo Lerner, embaixador de Cuba em Portugal. O passo seguinte será a elaboração dos estatutos, eleição dos corpos gerentes e a definição da imagem de marca desta associação.

Carlos Martins, ex-secretário de Estado, esteve na mesa de honra que presidiu à assinatura do acordo de intenções para for-malizar a câmara de comércio Portugal/Cuba e lembrou que “Portugal deve ver nesta inten-ção um importante passo para internacionalização em novos

mercados e um desenvolvimento da diplomacia económica nacio-nal”, considerando que esta estru-tura deve ser encarada como “um complemento ao trabalho que é desenvolvido pelo embaixador de Cuba em Portugal”.

Relação com Portugal tem 92 anos

Por sua vez, Eduardo Lerner, lembrou que a relação que Cuba estabelece com Portugal tem 92 anos. Frisou que aquele país esta-beleceu já 12 geminações com localidades portuguesas e que, a ilha dos irmãos Castro, conta com a presença de um conjunto de empresários portugueses que desenvolvem a sua actividade sob a égide da lei de Cuba para o investimento estrangeiro, que data de 1995.

No contexto da nova Câmara de Comércio, Eduardo Lerner frisou também que uma, entre as várias áreas empresariais, “de que Cuba

Luís Gomes e o embaixador de Cuba em Portugal assinaram Acordo de Intenções

Entrega foi realizada através do «Banco de Ajudas Técnicas»

Assinatura em VRSA

A instituições e pessoas carenciadas

precisa do contributo português é no sector das energias renová-veis”, lembrando que Cuba e toda a América Latina, são “mercados promissores” pois actualmente estão a ser alvo de um crescimento económico que atinge uma média anual da ordem dos 5%.

Autarquias assumem novas competências

Por sua vez, o edil Luís Gomes realçou o facto do município que dirige estar a liderar um processo de criação de uma câmara de comércio luso-cubana, afirmando que “hoje em dia as câmaras muni-ciapais actuam em áreas diferen-tes do que estávamos habituados e encerram em si um espaço de oportunidades”, sublinhando que esta nova estrutura “pretende servir empresários portugueses de norte a sul do país”.

De referir, que a apresentação da «Câmara de Comércio Portu-gal/Cuba» realizou-se na mesma sessão que abriu oficialmente o «Encontro de Cultura Cubano 2011» que decorreu em Julho, e que acontece de há quatro anos a esta parte.

de banho, camas articuladas, entre muito outro material. Para o autarca trata-se de “uma grande honra poder entregar a todos aqueles que têm necessidades, e poucos recursos financeiros, um elemento que vai melhorar o seu dia-a-dia”, realçando que o objectivo da autarquia “é poder proporcionar apoio a pessoas em situação de dependência permanente ou temporária, cuja situação de saúde requeira a utilização de ajudas téc-nicas; é minorar as dificuldades de mobilidade; é melhorar os cuidados na dependência de terceiros; é envol-ver a família e a comunidade através da doação de material relativo aos cuidados de dependência e/ou mobi-lidade, cuja utilização deixou de ser uma necessidade. É, acima de tudo,

Depois de ter recebido no mês de Fevereiro da parte da Fundação AGAPE, uma Organização Não Governamental (ONG) escandinava, material ortopédico originário de hospitais e lares, o município fez primeira entrega no âmbito do Banco de Ajudas Técnicas (BAT).

contribuir para que existam mais sor-risos nos rostos dos Vilarealenses”.

«Banco de Ajudas Técnicas»

Esta iniciativa insere-se no pro-jecto implementado pelo município, denominado de «Banco de Ajudas Técnicas», que tem como propósito apoiar todas as pessoas carenciadas, no sentido de terem uma vida mais digna. O «Banco de Ajudas Técnicas» do município vilarealense pretende dar resposta às pessoas cuja situa-ção de saúde imponha a utilização de serviços, produtos, dispositivos, equipamentos ou sistemas de produ-ção especializado, atenuando as difi-culdades de mobilidade e facultando

uma melhoria de cuidados e quali-dade de vida. Destina-se a todas as pessoas em situação de dependência, residentes no concelho de Vila Real de Santo António, e que pertençam a agregados familiares com dificul-dades financeiras, e também a IPSS’s ou Associações, que comprovem a

necessidade do equipamento para o melhor funcionamento das valências que possuem. Os munícipes ou as instituições interessadas em benefi-ciar de equipamento existente devem entrar em contacto com a Divisão de Acção Social da câmara municipal de Vila Real de Santo António.

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GRANDE REPORTAGEM

A cidade de Vila Real de Santo Antó-nio prepara-se para receber com pompa e circunstância o «VIII Con-gresso das Cidades e Entidades do Iluminista», entre 6 e 8 de Outubro, no Centro Cultural António Aleixo. A organização é da Associação Inter-nacional de Cidades e Entidades do Fórum do Iluminismo (AICEFI), pre-sidida pelo município de Vila Real de Santo António. A cerca de dois meses do evento há já presenças confirmadas. É o caso de Havana (Cuba), Madrid (Espanha), São Luís do Maranhão (Brasil) e as cidades portuguesas de Lisboa, Coimbra e Porto. O JBG sabe também que um dos grandes esforços da organiza-ção vai passar por apresentar novos associados da AICEI em Outubro.

José Carlos Barros, vice-presi-dente desta câmara municipal, cargo que acumula com o da presidência daquela associação internacional, explica que este congresso será uma “plataforma de reflexão sobre os obstáculos e as novas oportunidades económicas, sociais e habitacionais que hoje se colocam num equilíbrio que se procura entre as práticas de manutenção e rentabilização na recuperação do património edifi-cado dos centros históricos e a inser-ção destes espaços na economia de cada cidade ou país”. Para os menos familiarizados com estas questões é preciso ressalvar que é cada vez maior o trabalho de municípios e entidades à escala mundial para que os centros históricos revertam favoravelmente para uma dinamiza-ção económica, atraindo visitantes pela sua capacidade de regenera-ção e adaptação às necessidades modernas. Por isso também é cada vez mais comum ouvir-se falar na transformação de centros históricos

este instrumento de preservação e valorização que serve a defesa do património urbanístico da cidade, enquadrando as acções de conser-vação, restauro e valorização do núcleo pombalino.

A necessidade de «Rupturas[s] & Continuidade[s]»

Continuidades ou rupturas, obs-táculos e novas oportunidades é o lema do Congresso iluminista que procura o envolvimento e as expe-riências práticas de cidades e enti-dades que constituem exemplos de intervenção diversificada e incon-tornável em qualquer processo alar-gado de discussão sobre o tema. Os parcos recursos disponíveis actual-mente por parte das administrações públicas para enfrentar os elevados custos da manutenção e recupera-ção do património de que dispõem, a que acrescem as dificuldades na articulação de soluções, entre patri-mónio público e privado, vão ser outros dos aspectos em debate.

Vila Real de Santo António aposta em promover um diversificado

em locais de charme para o aloja-mento hoteleiro.

Tal como já foi noticiado, Vila Real de Santo António tomou posse coerciva do mítico Hotel Guadiana - actualmente classificdo como imóvel de interesse municipal-, situado na central Avenida da República, e, a par deste, sabe-se também que o município tem inten-ção de disponibilizar os edifícios que possui no Centro histórico da cidade para a ocupação hoteleira de charme. Este projecto, apesar de ainda não ter sido apresentado publicamente, foi já por diversas vezes aflorado em conferências de imprensa, tanto pelo edil, Luís Gomes, bem como por o seu vice-presidente José Carlos Barros.

O programa «Realce» que devido a dificuldades financeiras da autar-quia não está a ser executado é também um dos exemplos de trabalho de recuperação da traça pombalina. Este programa é na sua essência uma parceria entre a câmara municipal e os proprietá-rios de casas em estado edificado deficitário. O objectivo comum é a reabilitação de fachadas e telha-dos.

Este município pombalino foi também um dos primeiros a aderir ao programa «JESSICA –Fundo para a Reabilitação Urbana» e tem já candidatura apresentada para aceder a verba destinada para o Centro Histórico mandado edificar pelo Marquês de Pombal.

VRSA trabalha para criação de «Rede Europeia das Cidades do Iluminismo»

José Carlos Barros avança que

debate sobre os novos desafios que se colocam à regeneração urbana, no quadro de um desenvolvimento sus-tentável e de coesão territorial. “O encontro propõe-se ser um espaço de reflexão sobre as novas oportuni-dades económicas, culturais, sociais e habitacionais que hoje se colocam num equilíbrio que se procura entre as práticas de manutenção e rentabi-lização na recuperação dos centros históricos, e a inserção destes espa-ços na economia de cada cidade ou país”, diz José Carlos Barros que acrescenta que “a recuperação dos Centros Históricos, a sua manuten-ção e vivências, ou a desertificação humana e económica que noutros casos apresentam, colocam novos problemas e não poucas interro-gações sobre que percursos seguir quanto à sua administração”.

O Congresso insere-se na acti-vidade da AICEI da qual faz parte integrante um conjunto alargado de cidades e entidades tais como o Município de Vila Real de Santo António, o Ayuntamiento de Madrid, o Institut Municipal Del Paisatge Urbá I La Qualitat de Vida (Barce-lona), o MUVIM (Museu Valencià

Susana de Sousa

um dos grandes objectivos do tra-balho da associação é criar uma «Rede Europeia de Cidades do Iluminismo». O que poderia sig-nificar a criação de uma entidade cujo trabalho se debruçaria num esforço conjunto para fortificar o iluminismo na Europa. O respon-sável frisa “a importante posição que VRSA tem nesta associação, destacando-se pela sua singulari-dade de património iluminista”. Uma posição que tem valido “uma credibilização e destaque no pano-rama iluminista mundial” e que, acredita, poderá levar muito longe não só o iluminismo português, mas também o europeu. O autarca enfantiza ainda o facto do “Ilumi-nismo de VRSA ser muito elogiado por todo o mundo” e acredita “que para muitos isso seja um facto des-conhecido”, convicto, no entanto, que “ o encontro internacional de Outubro possa servir para promover uma maior sensibilização e maior conhecimento a esse nível”.

Património: um activo a relançar na economia

Um dos grandes objectivos do «VIII Congresso das Cidades e Entidades do Iluminismo» vai ser alavancar soluções e tendências ino-vadoras relacionadas com os centros históricos da época das luzes. “O património depois de recuperado tem de entrar na economia como um activo”, diz o responsável e lembra que VRSA é “pioneira na requalifica-ção do património, nomeadamente com uma intervenção planeada”, aludindo ao «Plano de Pormenor de Salvaguarda do Núcleo Pomba-lino de Vila Real de Santo Antó-nio». O município orgulha-se de ter

Vila Real de Santo António vai receber o «VIII Congresso das Cidades e Entidades do Iluminismo» em Outubro e já é possível ir conhecendo, a par da organização, os conteúdos que vão estar presentes neste espaço de reflexão que vai decorrer ao longo de três dias. O JBG sabe que Havana, Lisboa, Madrid, São Luís do Maranhão, Coimbra e Porto são as cidades convidadas que confirmaram já a sua presença no Congresso.

VRSA: Capital do Iluminismo 2011 Encontro Internacional em Outubro

Indicação geográfica dos associados AICEI - Associação Internacional de Cidades e Entidades do Fórum do Iluminismo

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GRANDE REPORTAGEM

Pescarias dividem Vila Real de Santo António em duas metades simétricas. Vila Real de Santo António configura-se, por con-seguinte, como uma cidade ideal do Iluminismo, pois que tem por base um processo de profunda racionalização em que toda a urbe foi pensada previamente e ao pormenor, e porque consegue cumprir simultaneamente dois objectivos fundamentais: o con-trolo do negócio das pescarias e a afirmação absolutista do poder régio. Alia, assim sendo, a função económica à função ideológica e política, faz de Vila Real de Santo António um exemplo único no panorama urbanístico português, incomparável a qualquer outra obra da mesma época. É, por excelência, a Cidade do Ilumi-nismo em Portugal.

De La Il.Ilustació I La Modernitat – Valência), o Ayuntamiento de Cartagena, o Centro de Investi-gacón para El Desarrollo (Carta-gena), o Ayuntamiento de San Fernando, a Universidad de Cádiz, o Ayuntamiento del Real Sítio de San Ildefonso, a Fundación Ferrol Metrópoli (Ferrol), Loggia Gestión de Património Cultural (Cádiz), o Ayuntamiento de Almacelles, o Instituto Feijoo del Siglo XVIII de La Universidad de Oviedo, o Ayun-tamiento de Es Castell (Menorca) e a cidade de Nueva Guatemala de La Asunción (Guatemala). Este é um movimento que tende a alargar-se a outras cidades e entidades do Iluminismo.

Cavaco Silva preside comissão de honra

O presidente da República, Cavaco Silva, vai presidir à Comissão de Honra do VIII Congresso Inter-nacional de Cidades e Entidades do Iluminismo. Esta comissão vai contar também com a presença de Luís Gomes, Presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo

António, Francisco José Viegas, da Secretaria de Estado da Cultura, João Varejão Faria, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, Dália Paulo, da Direcção Regional da Cultura do Algarve, António Medes Baptista, do Instituto da Habitação e da Rea-bilitação Urbana, João Guerreiro, Reitor da Universidade do Algarve e Javier Varela, Secretário Geral da AICEI.

VRSA: Capital do Iluminismo 2011Construída de raiz em apenas dois anos, entre 1774 e 1776, Vila Real de Santo António é um testemunho perfeito da tenaci-dade do Marquês de Pombal. Uma vila ordenada e aberta que obedecia aos ideais de política urbana do ministro do Rei D. José: uma praça ampla, ruas paralelas e perpendiculares - sem travessas, becos ou pátios - e uma grande avenida a olhar o rio. A edificação neste importante ponto fronteiriço pretendia con-trolar o comércio e desenvolver as pescas, que mais tarde fariam surgir as conserveiras. Um espí-rito de negócio que, ainda hoje, dá vida à cidade, nomeadamente o turismo e a indústria de cons-trução naval moderna. Com uma configuração de régua e esqua-dro semelhante à baixa de Lisboa, também a construção de Vila Real de Santo António seguiu o padrão iluminista do século XVIII, carac-terizado pela planimetria, alti-metria e volumetria. No centro histórico destaca-se a Praça Marquês de Pombal, delimitada nos vértices por quatro torreões e um obelisco central dedicado ao Rei D. José. O edifício da Câmara Municipal e a Igreja Matriz com-põem o cenário. Junto ao rio, o prédio da Alfândega e os anti-gos edifícios da Sociedades das

VRSA: A cidade do Iluminismo em Portugal

PROGRAMA (provisório)Dia 6Sessão da manhã09:30h – Sessão de Abertura 10:00h - Conferência Inaugural 10:45h – Conferência - (cidade convidada)11:30h – Pausa - (café)11:45h - Conferência - (cidade convidada)12:30h – Debate13:00h – Almoço – (livre)Sessão da tarde15:00h – Conferência - (três cidades sócias)16:00h - Conferência - (cidade convidada)16:45h – Pausa - (café)17:00h - Conferência - (cidade convidada)18:00h – Debate18:30h – Encerramento dos trabalhos

Dia 7Sessão da manhã10:00h - Conferência - (três cidades sócias)11:00h – Pausa - (café)11:15h - Conferência - (cidade convidada)12:00h – Debate12:30h – Almoço – (livre)Sessão da tarde15:00h – Conferência - (cidade convidada)16:00h - Conferência - (cidade convidada)16:45h – Pausa - (café)17:00h - Debate18:00h – Sessão oficial de encerramento dos trabalhos

Dia 810:00h – Subida do rio Gua-diana - (passeio de barco)12:30 – Almoço 15:00 – Regresso a Vila Real de Santo António - (encerramento do congresso)

Indicação geográfica dos associados AICEI - Associação Internacional de Cidades e Entidades do Fórum do Iluminismo

Cidade edificada por Marquês dePombal

Congresso realiza-se no Centro Cultural António Aleixo

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LOCAL

O Instituto Superior Dom Afonso III (INUAF), do concelho de Loulé, está a estudar as melhores técnicas de cultivo sustentável de plantas típicas de sapal, também conhecidas como halófitas.

A câmara municipal de Vila Real de Santo António em parceria com a Companhia de Parques de Estacionamento, criou o serviço de «Taxi Parking». Trata-se de um serviço de estacionamento com recolha e entrega de passageiros nos seus hotéis ou residências, com um custo fixo. Disponível até ao próximo dia 31 de Agosto este serviço funciona 24 horas por dia, com custos especiais diários, semanais e mensais. Através de uma chamada para o número do «Taxi Parking», depois de esta-cionar a viatura, o utente tem a possibilidade de ser levado ao seu hotel ou residência e de voltar novamente ao seu veículo sem qualquer custo adicional.

Em comunicado à imprensa a autarquia iluminista explica que “o serviço «Taxi Parking» foi criado com o intuito de facilitar e organizar o trânsito em Monte Gordo, que nesta altura do ano se torna mais complicado, devido

à grande afluência de turistas”. Uma forma de facilitar o estacio-namento e a mobilidade dos visi-tantes, que nestes meses de verão sentem dificuldades ao nível de estacionamento junto aos seus hotéis ou residências, devido ao grande afluxo de população.

Recorde-se que desde o ano

O Centro de Investigação em Ciên-cias do Ambiente e Empresariais (CICAE), do Instituto Superior Dom Afonso III (INUAF), quer rentabilizar as salinas no Algarve, para isso está a estudar as melho-res técnicas de cultivo sustentá-vel de plantas típicas de sapal, também conhecidas como haló-fitas. Estas plantas, que crescem junto às salinas e acabam por sustentar as paredes das mesmas, são muito apreciadas na gastro-nomia.

Apesar de em Portugal não existir o hábito de confeccionar as plantas halófitas, os investi-gadores do CICAE acreditam que o cultivo desta planta pode ser uma boa alternativa e um com-plemento económico à exploração das salinas.

O projecto, que é co-financiado pelo PO Algarve 21 e que está a

ser desenvolvido na Reserva Natu-ral de Castro Marim e Vila Real de Santo António [RNCMVRSA], é inovador no país. “Estas plantas, nalguns países, já são utilizadas com fins gastronómicos, nomea-damente em Inglaterra e Israel; são muito apreciadas na gastro-nomia gourmet ou em conserva (pickles)”, explica Domitília Mar-ques, responsável do CICAE.

O CICAE encontra-se agora a estudar os melhores processos de cultivo sustentável destas plantas e a caracterizar as plantas haló-fitas existentes na RNCMVRSA. Numa fase futura, este projecto que está a ser desenvolvido em parceria com o Instituto da Con-servação da Natureza e Biodiver-sidade (ICNB) irá utilizar algumas salinas abandonadas para estudar a melhor forma de cultivo destas plantas.

INUAF quer rentabilizar salinas de Castro Marim

Taxis ajudam ao estacionamento de Monte Gordo

As halófitas são muito apreciadas na gastronomia

Foi adjudicada a reparação da Ponte sobre a ribeira da Foupana, na estrada que liga Vaqueiros a Martinlongo. A ponte encontra-se degradada, dado o resultado das múltiplas intempéries (ribeiradas) que a assolaram. A sua localização apresenta-se num dos eixos prin-cipais da circulação viária do con-celho, sendo urgente salvaguarda da integridade estrutural da ponte. Trata-se de uma obra no valor de 65 mil euros e será executada em 4 meses.

A câmara municipal de Alcou-tim adjudicou a empreitada da conduta de água de Martinlongo a Santa Justa, uma distância de 4.500 metros, por 273 mil Euros, sendo 218.400 Euros financiados pelo POVT (Programa Operacional Valorização do Território) no Eixo II, Rede Estruturante de Abaste-cimento e Saneamento. A Povoa-ção de Santa Justa, que já possui saneamento básico e ETAR, ficará finalmente ligada ao sistema de Águas do Algarve. O prazo de execução será de 10 meses. Esta povoação sempre teve problema no abastecimento de água, tanto em qualidade como em quantidade. A ligação a Martinlongo será no novo depósito da aldeia, cujo obra esta a iniciar-se e que foi adjudicada por 228 mil Euros.

Ponte sobre a ribeira da Foupana mais segura

Águas do Algarve vão ligar Santa Justa

A câmara municipal de Castro Marim promoveu entre 18 a 22 de Julho um rastreio dermatológico gratuito, destinado à população. O rastreio foi conduzido pela médica dermatologista Manuela Aguiar, que se disponibilizou a colabo-rar com a edilidade nesta acção de saúde, e visou, em primeira análise, uma atitude pedagógica junto dos castromarinenses para a necessidade de prevenir eventuais doenças de pele.

A câmara municipal entende que este rastreio dermatológico “é de grande utilidade, tanto mais, que estamos no Verão e há uma tendência natural das pessoas para longas exposições ao Sol, ignorando a acção nociva dos raios ultravioleta para a saúde, os quais são responsáveis pelo cres-cimento exponencial das doenças cutâneas”.

A iniciativa foi extensível a todas as freguesias do concelho.

2010 que nos meses de Verão as localidades turísticas de Monte Gordo e Manta Rota já dispõem de parques na lógica do utilizador/pagador.

O contacto do serviço é 910910910. Aos turistas é dis-ponibilizada também informação nos hóteis.

Rastreio Dermatológico

O serviço vai estar disponível até 31 de Agosto

Estudo Académico

Taxi Parking»«

Alcoutim»

Castro Marim

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2011 | 11

LOCAL

O tribunal de Vila Real de Santo António deu razão à câmara municipal local, na sequência de uma providência cautelar interposta pelos herdeiros de Domingos Sancho de Sousa Uva e Francisca Sancho Uva sobre a venda de um terreno pela autar-quia. O caso remonta a Abril deste ano, quando a câmara municipal de VRSA foi notificada para dedu-zir oposição a uma providência cautelar interposta pela família Uva, que alegava que o terreno em Monte Gordo não poderia ser colocado à venda em Hasta Pública para construção de um prédio e zona comercial.

Luís Gomes, presidente da câmara, satisfeito com a decisão, lança críticas ao Partido Socia-lista, acusando-o de “mais uma tentativa de levar a cabo a sua política de destruição do patri-

mónio do concelho”, dizendo que esta oposição liderada por Jovita Ladeira “acusou a autarquia de ter colocado à venda uma parcela de terreno - aludindo ao ónus que pesaria sobre a mesma -, já que, no entender do PS de VRSA, este terreno teria sido cedido à câmara municipal em 1963 sob a condição de ali se poder apenas construir um parque de descanso”. O edil assegura que o PS “apresentou inclusive documentação judicial, sem alcançar que a mesma dizia respeito a uma parcela diferente. E mostrou ter memória curta porque parece ter-se esquecido que, quando era executivo em Vila Real de Santo António, o PS aprovou uma obra que violava a integridade da parcela de que fala, obra essa que veio a ser con-denada pelo Supremo Tribunal de Justiça”.

Câmara Municipal vence processo contra família Uva

A 5 de Julho a empresa municipal de Vila Real de Santo António, viu os seus imóveis e créditos subjugados a um arresto por parte do tribunal de Vila Real de Santo António. A medida terá sido tomada pelo facto da empresa municipal em causa não ter honrado o compromisso do con-

trato promessa de compra e venda com a Cidademar S.A., relativo à compra desta sociedade em 2008, cujo único activo era um terreno situado em Vila Real de Santo António. O valor da aquisição foi determinado em 2.160.000,00€, e foi na altura acordado um paga-

mento entre as duas entidades em diferentes tranches. O arresto decre-tado disse respeito à última tranche do contrato promessa de compra e venda com a Cidademar S.A. Na altura, e em comunicado às redac-ções a SGU, Sociedade de Gestão Urbana de Vila Real de Santo Antó-nio mostrou estar “surpreendida com o arresto sem que tivesse tido conhecimento da providência caute-lar”. A SGU assegurou, ainda, “que como entidade municipal nunca se furtou às suas responsabilidades” e defendeu que “deveria ter sido ouvida pelo Tribunal, antes que a sentença tivesse sido proferida”.

Mas a providência apenas durou um dia, tendo que os queixosos e a SGU chegando a acordo. A informa-çao foi veiculada pelo gabinete de comunicaçao da câmara que avan-çou que “o processo movido pelos ex-accionistas da Cidademar visava apurar o pagamento da última pres-tação em atraso por parte da SGU, sem prejudicar o constante diálogo mantido entre as duas entidades”. A autarquia e os ex-accionistas da Cidademar condenaram, entretanto,

Arresto da SGU resolvido, mas causou celeuma

Pedro Alves, administrador da SGU, mostrou-se surpreendido com arresto de imóveis e créditos

No início do mês de Julho a empresa municipal SGU, em Vila Real de Santo António, mostrou-se surpreendida com uma providência cautelar que originou o arresto dos seus imóveis e subjugados. O arresto durou apenas um dia, mas apesar de empresa ter chegado a acordo com queixosos, a oposição não poupou críticas ao executivo liderado por Luís Gomes.

“a tentativa de aproveitamento polí-tico por parte do Partido Socialista de Vila Real de Santo António com este caso”. Luís Gomes, presidente da câmara local considerou “é lamentável que o PS de Vila Real de Santo António esteja apenas preocu-pado em fazer chacota política desta situação, que a prosseguir poderia provocar graves danos sociais e patrimoniais para o concelho pom-balino; nomeadamente ao nível do emprego e investimento, bem como nas instituições democráticas e políticas”, acusando os socialistas de “se afastarem de uma política que permita novos investimentos que possam fixar mais população no concelho”.

PCP e PS lançam críticas

Não tardou a chegar também às redacções as manifestações da oposição em Vila Real de Santo António, da parte de dois parti-dos; PS e PCP. Em comunicado os comunistas disseram que “trata-se de uma vergonha a que a gestão do PSD sujeitou o município de Vila Real de Santo António, única na sua história, e que deve ser assinalado como um “ponto negro na hora de ser julgado o mandato de Luís Gomes”, acrescentando que “outras empresas e fornecedores a quem a câmara municipal, no seu conjunto, deve milhões de euros há já tanto tempo, teriam legitimidade para

proceder da mesma forma, levando à paralisia dos serviços municipais no seu conjunto, risco que conti-nua a existir”. Os comunistas refe-riram ainda que “os tempos não estão fáceis para o município que, com os votos da maioria absoluta do PSD, obteve autorização para contrair um empréstimo de cerca de 60 milhões de euros e está em dificuldades para encontrar quem lhe financie a dívida”.

Por sua vez o PS, que se antecipou nas críticas, disse que “confirma-se o pior cenário traçado pelo PS vila-realense desde há cinco anos, através dos distintos alertas emi-tidos à população sobre o sobre-envividamento da autarquia, parte substancial do qual estava encoberto por um plano de engenharia finan-ceira desenhado entre a autarquia e a sua empresa municipal – SGU”. O PS considera que a autarquia atingiu um nível de endividamento “abso-lutamente insustentável” e acres-centa que “não importa que esse endividamento tenha sido contraído directa ou indirectamente através da citada SGU”, já que “quem vai ter de pagar vão ser os contribuintes residentes no concelho de VRSA”, alerta aquela força partidária. Os socialistas acusam Luís Gomes de ter “empurrado o município para um precipício”, para a “rotura finan-ceira” e que “em vez de arrepiar caminho e reconsiderar e repensar a sua gestão financeira faz o que sempre fazem os irresponsáveis: a fuga para a frente”.

VRSA

Luís Gomes, Presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo António, acusa o anterior execu-tivo do Partido Socialista (PS) de sujeitar a autarquia ao pagamento de cerca de 1.300 mil euros. Diver-sas falhas de projecto e deficiente acompanhamento de empreitada, da responsabilidade do executivo PS, obrigam agora a autarquia a pagar em tribunal o referido valor. “O Partido Socialista apenas se preocupa em referir as crescentes dívidas da edilidade quando devia analisar primeiro a origem dessas dívidas”, declara Luís Gomes. Para o autarca “trata-se de uma série de constantes acusações sem funda-mento, apenas para esconder os seus erros e para iludir os muníci-pes”, continua o edil.

O processo em causa remonta ao ano de 1998, quando foi assinada entre uma empresa construtora e a autarquia, a empreitada de cons-trução do Sistema Interceptor de Águas Residuais da Manta Rota/Altura (1ª fase). No decorrer dos trabalhos, foram detectados erros e omissões no projecto. Foi neces-sário proceder a diversas altera-

Murta responde a Luís Gomes

O principal visado das acusações de Luís Gomes decidiu responder às críticas. O antigo edil, António Murta garante em nota de imprensa que actuou “na defesa intransigente do interesse municipal e do seu patri-mónio quanto ao processo recente de condenação da Câmara Municipal de pagar 1,3 milhões a um empreiteiro”. A. Murta disse que “a decisão de não pagar ao empreiteiro estava salvaguar-dada por pareceres técnicos e jurídicos de que tais importâncias não eram devidas ao empreiteiro”, dizendo que “talvez seja de perguntar se os múlti-plos assalariados políticos e assessores jurídicos que proliferam pelos Paços do Concelho defenderam capazmente o processo de modo à Câmara Munici-pal o ganhar”. O socialista, que ques-tona Luís Gomes sobre “os milhões de euros que recebeu da União Europeia e da Empresa de Águas do Algarve pela realização desta obra” ironizou, dizendo que a Câmara Municipal de VRSA tem a medalha de ouro de ser a 1ª do país a ver os seus bens arrestados na praça pública.

ções para que a obra ficasse bem executada, o que obrigatoriamente levou a atrasos na sua conclusão. As alterações, necessárias à conti-nuação da obra e aprovadas pelo executivo em funções na altura, não foram liquidadas. Devido ao incumprimento de contrato admi-nistrativo, referente à liquidação de facturas, a empresa iniciou um processo em tribunal contra a autarquia em Novembro de 2001, solicitando o pagamento de 865 mil euros. Decorrido o processo, com os devidos prazos de entrega de documentos e reclamações, veio agora o Supremo Tribunal Admi-nistrativo condenar a câmara muni-cipal pombalina ao pagamento da importância de 679 mil euros, bem como aos respectivos juros de mora referentes ao período de 2001 a 2010.

“Esta é mais uma prova clara de que, a actual dívida da autar-quia vilarealense, comporta uma parte substancial que é da res-ponsabilidade da anterior gestão do executivo do Partido Socialista e condiciona fortemente a nossa acção”, remata o edil.

Câmara de VRSA, condenada a pagar “dívida herdada do PS”

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Alcoutim está cada vez mais desertificado

Dia Mundial dos Avós foi assinalado

O concelho mais a nordeste do Algarve está mais desertificado. Já se conhecem os resultados preliminares dos Censos 2011 e Alcoutim foi o con-celho que mais população perdeu ao nível nacional, passando de 3770 em 2001 (dados definitivos) para 2895 em 2011 (dados preliminares).

“Desde a década de 1960 que toda a serra algarvia se vem desertificando. Os algarvios da serra migram para o Litoral, para Lisboa, para Faro e alguns para França ou para a Alemanha”, lamenta Francisco Amaral, presidente da câmara municipal alcouteneja.

O autarca considera o “Ordena-mento do Território a principal causa para o aumento da desertificação do concelho” e lembra que “Alcoutim está protegido por todo o lado pela Rede Natura e Rede Ecológica que têm frustrado as expectativas de inves-tidores e cidadãos”, enfantizando “que abrir uma simples janela num quintal é muito complicado”. “Em Sanlúcar [terra espanhola frente a Alcoutim] há muito mais pessoas a

Celebrou-se a 26 de Julho o Dia Mundial dos Avós. E em Vila Real de Santo António a efeméride foi assinalada com uma festa na Casa do Avô de Monte Gordo, que juntou cerca de 60 avós do concelho e onde não faltou a alegria e boa disposição. A tarde animada com um pequeno espectáculo, realizado pelos funcio-nários e colaboradores da institui-ção, pretendeu devolver aos avós o carinho que deles se recebe todos os dias. A oferta de uma fotografia a cada utente foi a forma que a Divisão de Acção Social da câmara munici-pal encontrou para homenagear os

residir porque não há um ordena-mento irresponsável como se verifica na região do Algarve”, critica Amaral “extremamente preocupado” com esta evolução demográfica negativa que o município que lidera apresenta.

Recorde-se que 100 dias após o momento censitário [21 de Março

utentes.Em Balurcos, no concelho de Alcou-

tim, aconteceu a segunda edição da «Festa dos Avós e Netos». Para além dos divertidos insufláveis, não faltou a animação trazida pelos avós com os cantares (Grupo de Cantares dos Balurcos), declamação de poemas e histórias para os netos. O convívio ter-minou com um baile popular animado pelo acordeonista Ernesto Baptista. A Associação Cultural e de Solidarie-dade Social dos Balurcos, organiza-dora do evento, contou com o apoio da câmara municipal de Alcoutim e já planeia o evento do próximo ano.

de 2011] o Instituto Nacional de Estatística divulgou os resultados preliminares dos Censos 2011.

De acordo com estes resultados somos 10 555 853 residentes, cons-tituímos 4 079 577 famílias, sendo que a população em portugal cresceu 1,9%.

Os resultados preliminares do Censos 2011 apontam para uma redução de quase 1000 habitantes em 10 anos. Ao nível nacional terá sido o concelho que mais população perdeu.

LOCAL

Alcoutim perdeu perto de 1000 habitantes na última década

Em Vila Real de Santo António a festa aconteceu na Casa do Avô de Monte Gordo

Cooperação para responder a desastres naturais

Curso de Socorrismo

A Câmara de Vila Real assinou com a organização não governamental (ONG) alemã «@fire» um proto-colo de cooperação para a resposta a desastres naturais, nomeada-mente incêndios. A organização, sediada no município de Osna-brück, geminado com o concelho português desde 2005, ajudou as autoridades em catástrofes no Haiti e no Paquistão e tem vindo a apoiar Vila Real de Santo António no com-bate aos fogos e através da partilha de conhecimentos.

Nos meses de Abril, Junho e Julho de 2011, foram realizados três Cursos Europeus de Primeiros Socorros promovidos pela Delega-ção da Cruz Vermelha Portuguesa de VRSA onde participaram 28 formandos. Os primeiros decorre-ram na Universidade dos Tempos Livres e o segundo nos Bombeiros Voluntários de VRSA.

VRSA

Menos 1000 habitantes

A associação ODIANA é parceira no projecto INTEMIC, da iniciativa «Euroemprego» do Fundo Social Europeu. Neste âmbito proporcio-

nou uma reunião onde estiveram presentes parceiros espanhois do projecto - Fundação para Traba-lhadores Estrangeiros da provín-

cia de Huelva (FUTEH) - e os seus convidados Konecta e delegação de emprego de Huelva. A Odiana levou até à reunião o município de Alcoutim, a Cruz Vermelha de Vila Real de Santo António, o Município de Vila Real de Santo António, a Rede Anti-Pobreza do distrito de Faro e o Instituto de Emprego e Formação Profissional de Faro. O grande objectivo da reunião passou pelo intercâmbio de experiências em matéria de migração circular e acriação de emprego e inserção laboral.

Recorde-se que a Comissão Europeia sugeriu a criação de parcerias para a mobilidade e a organização da migração circular a fim de facilitar a circulação dos nacionais de países terceiros entre esses países e a União Europeia (UE). Estes dispositivos permitem reduzir a escassez de mão-de-obra na União Europeia, travar o fenó-

meno da imigração clandestina e fazer beneficiar os países de origem das consequências posi-tivas da emigração.

A FUTEH teve oportunidade de apresentar o trabalho que desen-volve desde 2001 e que se baseia no recrutamento de mão-de-obra, que é escassa em Huelva, para a a apanha dos morangos. Em 2001 recrutaram 600 pessoas e em 2010 4800 pessoas foram recuta-das em Marrocos. O ano de 2006 foi o que teve mais mão-de-obra deste «país terceiro», num total de 30 mil pessoas. A crise em Espa-nha tem travado o recrutamento externo, mas este fenómeno tem possibilitado que a migração seja legal e os tralhadores estrangeiros são recrutados no país de origem e a quem é dado todas as condições de trabalho; desde transporte, alojamento e um ordenado que ronda os 35 euros/dia.

A associação ODIANA está empenhada em apoiar a migração circular no Baixo Guadiana, que teve o seu início do lado espanhol em Cartaya. Primeira reunião de parceria aconteceu no dia 20 de Julho.

Migração circular acolhe apoio de ODIANA

Reunião juntou nove entidades que se debruçaram sobre migração circular

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HISTÓRIAS DE VIDA

Estar com Ildefonso Martins - ou Sr. Ildefonso, como nos habituámos a chamar - de 90

anos, e antigo contrabandista nas margens do rio Guadiana, é entrar numa autêntica máquina do tempo e viver um período em que o Baixo Guadiana era, concerteza, muito dife-rente de hoje. Havia mais pessoas, mas “também muito mais fome”. E foi com o pano cénico de reais dificuldades para a sobrevivência humana que os contrabandistas se multiplicaram no território. Começou em 1926 com a ditadura salazarista, tendo sido de muita dureza os anos de 1936-39 com a Guerra Civil espanhola. Aos 16 anos Ildefonso começou a contrabandear; primeiro pano crú “que era um produto mais leve e vendia-se bem”; depois a acartar café, miolo de amêndoa, espin-gardas usadas e empanque. Integrou como caminheiro grupos constituídos

por vários homens - cerca de seis a sete – e fazia longos percursos, de muitos dias, para levar os produtos ao des-tino. “Forneciamo-nos em Huelva e depois em Gibraltar também”, conta, lembrando, também, «António Feio», de Mértola que “no Monte de Alcaria Ruiva vendia fiado”.

Tão jovem ainda não poderia ser um profissional. “Era preciso conhe-cer as quedas de água do rio, os bar-rancos, os caminhos e, sobretudo, a rotina dos Guardas Fiscais”. Cada posto da guarda-fiscal “tinha três a quatro guardas”, lembra, dizendo que o contrabandista tinha de dominar muito bem os seus horários e suas rondas. “Cabia aos «patrões» ir à busca deles; estudavam tudo muito bem; era um trabalho difícil e muitos homens morreram”, conta lembrando em particular a morte de “um rapaz, casado com uma professora que dava aulas em Loulé, que morreu nas mãos deles”. Os guardas espanhóis eram conhecidos por serem mais perigo-sos, ressalvando, no entanto, que “a vigilância espanhola não era tão boa quanto a portuguesa”. De qualquer modo, encontrar qualquer um deles “era um caso sério”, enfatiza.

Ildefonso é conhecido como o maior contrabandista do Baixo

Guadiana. Um homem forte

e corajoso que muitos temiam, mas que também muitos respeitavam. Dedicou-se uma vida inteira à troca ilícita de mercadorias “por vocação”, explica. Não tem qualquer pudor sobre o seu passado e de nada se arrepende. Explica, prontamente, que o seu corpo e sua alma apelavam a uma vida peri-gosa como a do contrabando. “Gostava muito de correr riscos”, assume, lem-brando, orgulhoso, que rapidamente chegou também ele a «patrão». Pronta-mente explica que, na altura, praticar contrabando era muito diferente do que é hoje “porque antes as pessoas estavam privadas de muitos bens e não podiam sair do país para adquiri-los”. Por isso transacionava-os de Portugal para Espanha e vice-versa.

Ildefonso passou muitas aventuras perigosas ao longo de mais de 50 anos de contrabando. Chegou a ser conde-nado a um «Conselho de Guerra» por ter batido num guarda-fiscal. “Poderia ter sido condenado a fuzilamento ou à prisão perpétua”, explica. Safou-se graças à ajuda de um chefe da polí-cia “a quem dava muito dinheiro a ganhar”. É preciso abrir um parentesis e explicar que havia guardas que se deixavam subornar pelos contraban-distas e fechavam os olhos à passagem de mercadorias. “A fome era muita e os guardas mal ganhavam o pão para a boca e tinham quatro a cinco filhos para criar”, acrescenta Ildefonso.

Era uma vida no fio da navalha porque “eles [os guardas] atiravam para matar”, diz, lembrando uma vez em que estava a contar tabaco e que foi surpreendido por dois guardas.“Só houve tempo de empurrá-los e

fugir”.Esta, era, no entanto, uma vida

que “compensava aos corajosos”. Os «patrões “compravam por 5 escudos e vendiam por 10 [o que equivale hoje a cinco cêntimos...]”. Para além de produtos, Ildefonso chegou a passar cavalos pelo rio. E para França enviou muitos homens. “Havia muitos que queriam fugir à ditadura e nós ajudá-vamo-los a ir”, conta.

Apesar de arriscar constantemente a sua pele, de caminhar longas noites a pé, de atravessar nú as águas géli-das e, por vezes bravas do Guadiana, Ildefonso considera que a vida que levava, pelo dinheiro que fazia no con-trabando, “era uma vida de «lord»”. Dava a ganhar 100 escudos e guardava para si 600, “mas dava sempre mais qualquer coisa aos rapazes; uma gar-rafa de vinho ou alguma mercadoria”, conta, “ porque gostava de viver bem, mas também de ajudar o próximo”.

Contudo, nem só de ganhos viviam os contrabandistas. Muitas foram as vezes em que o azar bateu à porta, sendo que o pior foram as mortes dos companheiros. Homens abatidos pelos guardas ou os que se afogavam nas águas do Guadiana “que não era tão calmo como é hoje”. Na lista de “tra-gédias” estavam também as perdas das mercadorias. “Uma vez eram três homens com um grande volume de lã. Estávamos em Janeiro - um vendaval enorme, com a água gelada e nós nus - fomos apanhados por um guarda-fiscal. Tivemos de largar a mercadoria de 14, 15 contos...”, conta.

Ainda hoje, e pela fama que gran-jeou, Ildefonso é «convidado» a fazer contrabando, mas já não aceita. Limita-se a contar as muitas histórias reais por que passou. Conta-las também

Susana de Sousa

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HISTÓRIAS DE VIDA

aos netos, mas estes “não conseguem sequer imaginar aquilo que lhes conto”, diz, desabafando que foi difícil deixar a profissão de uma vida.

A vida depois do contrabando

Ao fechar a janela da contrabando abrem-se outras que hoje preenchem as horas do seu dia. Apesar de viver sozi-nho, Ildefonso tem uma rotina bastante preenchida. Ainda conduz e viaja “por todo o lado” e acredita que foi a vida intensa de contrabandista que lhe deu tanta saúde. Toca teclado e acordeão. Aliás, a música fez sempre parte da sua vida e ao longo do tempo foi-se apetrechando de instrumentos, tendo gasto milhares de euros em “equipa-mento de qualidade”. Apesar dos 90 anos ainda faz bailes uma a duas vezes por semana, admitindo, também, que a concorrência “é maior que antiga-mente”. Lamenta que os “bailes se tenham perdido em Portugal” porque antes “fazia-los em todo o lado”.

Nos bailes que abrilhanta faz-se acompanhar por uma jovem vocalista e um tocador de bateria, garantindo, orgulhoso, que toca “sevilhanas como os espanhóis”. Na lista da sua música está desde sempre a valsa, o passo doble, rumba, fox trot e o tango. Villa-blanca, do outro lado do rio é um dos seus palcos de actuação mais regula-res. Este homem ainda compõe e há noites em que o sono é interrompido por momentos de inspiração e escreve as suas músicas. Aprendeu os segredos da pauta no tempo da tropa.

Outra das suas paixões de sempre é a apicultura, em que aprendeu a tra-balhar com um tio, diz-nos. Produz mel e vende e oferece-nos a provar. Chega a produzir duas toneladas/ano e das colmeias tira mel, geleia real e propólis, tendo “clientes fiéis em Por-tugal e Espanha”.

Tem uma casa em Portugal, em Balurcos de Baixo, onde o encontrá-mos, e outra em Espanha. Muitas vezes dorme na parte ibérica do «Grande rio do Sul» e passa o dia em Portugal. Gosta pouco de ver televisão, com excepção dos noticiários, e dedica o tempo livre a passear.

A solidão aos 90 anos

A solidão afecta-o hoje mais do que nunca. Confessa-se um homem que gostaria ainda de encontrar uma com-panheira, mas está “desiludido” com as mulheres. Enquanto jovem foi sempre mulherengo. “Mas o que elas procuram é o dinheiro e não uma relação séria”, conta-nos este nonagenário entriste-cido - que não fecha o tema sem nos confessar que ainda vai tendo as suas

namoradas!Porém o sr. Ildefonso está “desmo-

ralizado”, não sabendo explicar muito bem porquê. Faz-nos adivinhar que a idade vai pesando e tira a coragem de outros tempos. Apesar disso, garante que cada dia é encarado “com um espí-rito jovem”. Sozinho, mas não solitá-rio, veste uma “roupa mais-ou-menos boa”, põe uma cabeleira e dão-lhe “uns 60/70 anos”, diz vaidoso. Gosta de ir ao café perto de casa e conversar com os vizinhos. Sente que as pessoas não o julgam hoje por ter sido contrabandista em tempos, “pelo contrário”, sentindo-se “mais valorizado”, arrisca.

Quanto à crise “de que tanto se fala”, quer crer “que em nada tem a ver com a verdadeira crise que já se viveu em Portugal”. Dispara uma exclamação voraz e diz que “não compreende esta gente!”. Para Ildefonso “crise é quando se vive na miséria sem dinheiro para comer nem para comprar um par de sapatos”. Lamenta que as “prioridades hoje sejam outras” e, por outras pala-vras, acusa que as pessoas tenham sido arrastadas para um desenvolvimento

que considera “relativo”. “Diz quem já viu muitas crises nesta vida”.

A nossa conversa termina ao final de uma tarde em que as horas passaram muito rápido, porque muito poderá ter ficado por dizer. Na companhia dos cinco gatos e um cão ficou Ildefonso, aquele que é hoje o contrabandista do Baixo Guadiana mais famoso de outros tempos.

Da nossa parte um pedido de des-culpas “por tantas perguntas”. Ao que responde: “Ora essa, isto faz tudo parte da vida!”. E faz mesmo...

“Poderia ter sido condenado a fuzilamento ou à prisão perpétua”, explica. Safou-se graças à ajuda de um chefe da polícia “a quem dava

muito dinheiro a ganhar”. É preciso abrir um parentesis e explicar que

havia guardas que se deixavam subornar pelos contrabandistas e fechavam os olhos à passagem de mercadorias. “A fome era muita e os guardas mal ganhavam o pão

para a boca e tinham quatro a cinco filhos para criar”, acrescenta

Ildefonso.

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José Chumbinho, dirigente na Mel-garbe, representou os apicultores do sotavento algarvio na 16.ª Feira da Caça e Pesca do Algarve, que decorreu no concelho vizinho de Tavira. O apicultor foi bastante

crítico no que diz respeito aos apoios “que são muito escassos para os produtores de mel neste Algarve onde nem sequer a Região de Turismo dá o seu contributo”, afirmou. No que toca a números, o

responsável lembrou que em toda a região algarvia são produzidas até “cinco mil toneladas de mel por ano”.

Na conferência intitulada «Mel da Serra Algarvia, Problemáticas e Alternativas», J. Chumbinho reve-lou que a Melgarbe é consituída por “cerca de 200 associados”, frisando que “a apicultura não pode continuar a ser um parente pobre da agricultura, porque dá muito dinheiro”, lembrando que “a riqueza gerada é grande”, sendo, por isso, “o impacto cada vez maior da apicultura na economia portuguesa”.

J. Chumbinho apelou, em cer-tame dedicado à caça, que “os caçadores podiam ajudar os api-cultores e semear girassol no bar-rocal, por exemplo”, relçando a preservação da biodiversidade”.

A ciência é uma aliada

Este seminário contou com a participação de Margarida Gonçal-

ves, do departamento de Ciências e Tecnologia da Biomassa, Facul-dade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. A cientista defendeu que o mel do Algarve, que classifica de “exce-lente qualidade”, precisa de estar no mercado com maior assertivi-dade. “É necessário desenvolver a afirmação deste mel”, reiterou, lembrando que mel da serra algar-via é “potencial” porque “é muito rico em minerais e actvidade anti oxidante”, ressalvando, também, que “não é contaminado porque se produz na serra; longe da polui-ção”.

Esta cientista é uma acérrima defensora da integração do mel algarvio na indústria alimentar, lembrando que pode ser “uma excelente oportunidade de negócio a substituição do mel por açúcar nos iogurtes, por exemplo”, disse, defendendo que para isso “é neces-sário conhecer e dominar os pro-dutos”, aludindo a uma percurso comum que junte cientistas e pro-dutores.

Para além das propriedades do mel Margarida Gonçalves lem-brou, igualmente, no seminário dedicado ao mel da serra algar-via que há incentivos para as empresas nesta àrea “e aos quais os apicultores devem estar aten-tos”. Paralelamente a reconhe-cer as potencialidades do mel, a cientista reconheceu também “o calvário dos apicultores”, não só ao nível da afirmação do produto, mas também nos incentivos à pro-dução.

As contas são avançadas pela «Melgarbe», a associação de mel do sotavento algarvio, onde se inclui o território do Baixo Guadiana. Apicultores reclamam mais apoio para uma produção “que mexe muito com a economia algarvia”, frisam.

Feira da Caça, Pesca e Mundo Rural abraçou causa do mel

LOCAL

Apicultores querem mais apoio

Cientista e apicultores defenderam mel algarvio em certame de caça

Bancos mais fortes e mais responsáveisA Comissão Europeia apresentou propos-tas que visam alterar o comportamento de 8 000 bancos que operam na Europa. O objectivo principal das propostas é reforçar a capacidade de resistência do sector ban-cário da UE e, simultaneamente, garantir que os bancos continuam a financiar a actividade económica e o crescimento. Segurança dos brinquedos: novas regras europeiasEntram hoje em vigor novas regras da UE que impõem aos brinquedos as exigências de segurança mais rigorosas do mundo. A nova directiva atribui maiores responsabi-lidades a todos os intervenientes, desde a produção à venda, passando pelo controlo dos brinquedos no mercado da UE a fim de melhor proteger as crianças Internet, telefone e televisão: euro-peus preferem pacotes globaisQuatro em cada dez agregados familiares europeus compram serviços agrupados de Internet, telefone e televisão a um único fornecedor, revela um novo inqué-rito Eurobarómetro. O inquérito revelou ainda que 65 % das pessoas limitam as chamadas no seu telemóvel devido ao custo e que as chamadas via Internet são cada vez mais utilizadas.

Dinamizar o emprego: novos fundos para a educação, a juven-tude e a criatividade Enquanto parte da sua estratégia para dinamizar o emprego, a Comissão Euro-peia pretende aumentar quase para o dobro o número de jovens, professores e investigadores que recebem bolsas de estudo da UE para estudar ou receber formação profissional no estrangeiro, pas-sando dos actuais 400 000 bolseiros por ano para cerca de 800 000 no futuro.

«Perto da

Europa»

Centro de Informação Europe Direct do AlgarveComissão de Coordenação e Desenvolvimento

Regional - CCDR Algarve Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Faro tel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 279 [email protected]

www.ccdr-alg.pt/europedirect

Julho e Agosto

Entre dia 10 e 24 de Agosto o espectáculo «Perfado», da produ-tora Arco da Velha, de Lisboa vai subir ao palco do Casino de Monte Gordo. A estreia vai contar com a fadista Joana Baeta acompanhada por dois bailarinos de dança con-temporânea. “Não se trata de uma noite de fados tradicional, mas sim de um espectáculo contem-porâneo, com uma nova lingua-gem”, explica o produtor Diogo Chamorra.

No dia 17 de Agosto é a vez de uma jovem de Monte Gordo marcar presença com o fado; Nádia Catarro. A 24 de Agosto Vanessa, cantora de Lisboa, pro-mete muito fado.

“Vamos para o Algarve porque sentimos que não há muitos espectáculos de Fado na região e queremos mostrar uma produção contemporânea que já teve uma primeira incursão de sucesso em Lisboa no mês de Março”, adianta Diogo Chamorra.

A duração do espectáculo é de 80 minutos e a entrada é para todas as idades, sendo que os menores terão de ser acompa-

A câmara municipal de Castro Marim, nos meses de Julho, Agosto e Setembro, realiza um programa de animação de Verão no espaço de lazer junto à Avenida 24 de Junho, em Altura, todas as quartas-feiras a partir das 22h.

A animação de Verão em Altura apresenta um conjunto de inicia-tivas bastante diversificadas, tais como, noites temáticas dedicadas à música popular, música tradicio-nal, fado, dança folclórica, pop-rock e, ainda, serões de animação com teatro e stand-up comedy.

Cinema em Altura e Castro Marim

As «Noites de Cinema» estão de volta à Praça 1º de Maio, em Castro Marim, e ao Cine-Estúdio Alagoa, em Altura. Depois do mês

nhados por um adulto.A entrada custa 14 euros e

dá direito a uma bebida. Quem comprar o bilhete pode assistir a partir das 21 horas à actuação da banda residente do casino e o espectáculo «Perfado» tem início marcado para as 22 horas.

de Julho prossegue em Agosto o cinema, e os amantes da 7ª arte podem assistir a películas que são sucesso de bilheteira em todo o mundo. Uma selecçãodesde a aventura à ficção, passando pelo romance e animação infantil.

Na tela da Praça 1º de Maio, em Castro Marim, as exibições acon-tecem às segundas e às quintas-feiras, sempre às nove meia da noite. Em Altura, no Cine-Estúdio Alagoa, as sessões cinematográ-ficas realizam-se às terças-feiras e aos sábados. Tanto em Castro Marim, como em Altura, a entrada é livre. O cartaz da 12ª edição das «Noites de Cinema» contem-pla filmes como: «O Turista», «Piratas das Caraíbas por Estra-nhas Marés», «X-Men: O Início» «O Panda do Kung Fu 2», entre muitos outros.

Produção lisboeta anima Baixo Guadiana com «Perfado»

Altura e Castro Marim com animação e cinema

A cantora Vanessa integra o elenco deste espectáculo

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2011 | 17

DESENVOLVIMENTO

Apoio social “sai beneficiado neste programa do Governo”

Iola Fernandes, coordenadora do Contrato Local de Desenvolvi-mento Social do Baixo Guadiana «+ Inclusão» para os concelhos mais desertificados - Alcoutim e Castro Marim- mostra-se “opti-mista” quanto à evolução da acção social portuguesa, remetendo a sua apreciação para o programa do XIX Governo Constitucional português. Apesar de reconhecer que o docu-mento em vigor poderá pecar por “um certo retrocesso ao nível do assistencialismo” - o que poderá eventualmente “fazer regressar o Estado de Providência, pois está pre-visto que será prioridade do Estado entregar às famílias alimentação, vestuário e medicamentos” - reco-nhece que os tempos difíceis mos-tram carências de ordem crescente que “precisam de ser responsavel-mente acauteladas”.

Uma das mais-valias do XIX pro-grama governamental passa pela descentralização de competência na área. Da análise do programa, Iola Fernandes refere que essa des-centralização levará a uma articu-lação localmente “entre as câmaras

A cobrança de portagens nas quatro auto-estradas SCUT (sem custos para o utilizador) «deverá avan-çar em Setembro», disse à agência Lusa fonte ligada às negociações da cobrança no interior do país. Segundo a mesma fonte, o assunto está a ser tratado em reuniões das concessionárias com uma comissão de negociação dos respectivos con-tratos e nesses encontros «ainda não houve uma data definida».

No entanto, a perspectiva é de que até ao final do mês de Julho «sejam publicados em Diário da República os preços a praticar» nas quatro SCUT e que serão afixados nos placares que antecedem cada pórtico [até à data de fecho do JBG não houve avanços]. Depois da publicação, «as concessioná-rias deverão ter um mês para implementar a cobrança», acres-centou.

Em causa estão as portagens nas SCUT do Algarve (A22), Beiras

Uma das primeiras exigências da Troika chegou ao terreno: a mudança do pacote laboral para tornar a econo-mia mais competitiva. A revisão das leis laborais foi aprovada pelo Conse-lho de Ministros e flexibiliza os novos contratos de trabalho. Vão manter-se porém as regras dos contratos ante-riores à entrada em vigor da nova lei; no que diz respeito a novos contratos, serão facilitados os despedimentos individuais. A lei prevê a redução das indemnizações por cessação do con-trato de trabalho de 30 para 20 dias de salário base por ano de trabalho. Esta alteração ao Código de Traba-lho estava prevista no memorando de entendimento do anterior Governo com a Troika, tendo sido definido o terceiro trimestre deste ano como prazo de concretização.

No entanto, o Governo está a estudar também novas regras para

as indemnizações aos contratos já em vigor. O Executivo deve apre-sentar até ao final do ano uma nova proposta, no sentido de os novos valores para as indemnizações por cessação do contrato de trabalho serem aplicados a todos os contra-tos.

Contratações a prazo sem limites

Uma das medidas adoptadas no Programa do Governo foi acabar com os limites de renovação dos contratos a prazo. De acordo com a legislação laboral, os contratos a termo certo tinham uma duração máxima de três anos, medida que era apoiada pelos sindicatos por alegadamente combater a preca-riedade. No programa do Governo adiantava-se que se iria proceder a

uma suspensão da aplicação destes limites durante 12 meses, como forma de responder “à actual situ-ação de emergência nacional”.

Alterações chegaram ao Parlamento dia 28

O memorando de entendimento com a Troika previa que o Governo apresentasse ainda em Julho na Assembleia da República legisla-ção, previamente acordada com os parceiros sociais, para reduzir as compensações por cessação de contrato de trabalho em todos os novos contratos (a termo e sem termo). Dia 28 de Julho foi a data para o debate na generalidade do pacote de alterações às leis laborais. A CGTP marcou neste sentido uma concentração de sindicalistas para o mesmo dia em Lisboa, em protesto contra a redução das indemniza-ções. [Até à data de fecho do JBG não foi possível apurar os resultados do debate ou do protesto].

Litoral e Alta (A25), Beira Interior (A23) e Interior Norte (A24). A cobrança chegou a estar prevista para 15 de Abril, mas o anterior Governo suspendeu a medida por considerar, com base num parecer jurídico, que seria inconstitucional um executivo de gestão aprovar um decreto-lei para introduzir novas portagens, respectivo regime de isenções e descontos. As próximas semanas servem para afinar em novas reuniões as alterações con-tratuais das concessões por forma a regulamentar o funcionamento das portagens e a manutenção dos pórticos, já em curso.

Entre outros pormenores, deverá ficar definido o regime em que cada concessionária vai prestar o serviço de processamento de dados nos pórticos colocados nas quatro SCUT. Ainda não foi possível obter informações do Ministério da Eco-nomia sobre os prazos da entrada em vigor das portagens.

municipais, IPSS’s [Instituições Par-ticulares de Solidariedade Social] e Misericórdias”, referindo que os serviços serão integrados nas autarquias, passando os institutos regionais de segurançã social “a ter uma acção reguladora e caberá aos municípios a fiscalização”, explica. Caberá a esta rede de solidariedade local acudir a situações de emergên-cia social, o que “será, certamente mais benéfico porque conhecem melhor que ninguém a realidade local”.

Prioridade: casal no desemprego

Outra das medidas que Iola Fer-nandes destaca do novo programa do Governo é a majoração dada aos subsídios de desemprego para casal em situação total de desemprego e com filhos a cargo. “É de louvar esta medida porque se pensarmos que hoje em dia há muitos casais com filhos, em que ambos os conjuges estão no desemprego, e com muitas despesas para fazer face chegamos rapidamente à conclusão que são

casos alvo de uma intervenção emergente”, alerta.

Às famílias de baixos recursos vão ser disponibilizados medicamentos e às IPSS e misericórdias vai ser pedido que aumentem o acolhimento de utentes. “Parece-me urgente que se crie uma resposta para que os mais carenciados tenham maior acesso à medicação, mas quanto à questão do acolhimento é preciso acautelar a sobrelotação para que os utentes sejam atendidos com qualidade”, acautela.

Maior fiscalização aos beneficiários

Ao nível do Rendimento Social de Insersão (RSI) Iola Fernandes consi-dera que o que o Governo pretende é “mais justiça” na distribuição deste tipo de subsídio, lembrando que “às IPSS’s e Misericórdias vai caber a gestão de proximidade do RSI, o que deverá significar melhor fiscalização”. Iola F. frisa também que tudo indica que a fiscalização vai ser reforçada, não só ao nível da atribuição do RSI, mas também

na procura activa de emprego e fre-quência de formações.

No que toca às famílias que tra-balham, mas que em conjuntura global não estão a conseguir fazer face às despesas, agudizadas por créditos contraídos em tempos de maior abundância, a responsável pelo CLDS do Baixo Guadiana elogia o programa de Pedro Passos Coelho que define que estas famí-lias vão ter acesso à acção social correspondente às necessidades que lhes assiste. “É importante que percebamos que há muitas pessoas que hoje se encontram em situações muito difíceis e que os rendimen-

tos que auferem não chegam para tudo”, sensibiliza. Outra medida que esta responsável destaca é o cruzamento de informação relativa a prestações sociais por forma a garantir que os beneficiários não recebam mais do Estado do que receberiam a trabalhar. “E consi-dero que a medida que prevê que os beneficiários de RSI prestem uma actividade socialmente útil em enti-dades públicas ou do sector social é acertada”, afirma, frisando que “a melhor aplicação desta medida deverá passar pela melhor filtra-gem das vocações de cada cidadão abrangido”, remata.

Diz coordenadora do CLDS

Também na A22

Para a coordenadora do Contrato Local de Desenvolvimento Social (CLDS) do Baixo Guadiana o programa do Governo liderado por Passos Coelho apresenta melhorias significativas no apoio social. A responsável destaca a descentralização de competências.

Portagens avançam em Setembro

Cortes nas indemnizações por despedimento

Iola Fernandes aponta as mais-valias da Acção Social no XIX Programa de Governo

No dia 20 de Julho o Governo aprovou em Conselho de Ministros a proposta de redução do valor a pagar nas indemnizações por despedimento. A lei laboral protege para já os contratos antigos.

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18 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |AGOSTO 2011

CULTURA

Ruben Bettencourt, jovem promessa portuguesa da

guitarra clássica, vai estar em Cacela Velha em Agosto

para uma Masterclass e Concerto. Trata-se de

uma iniciativa destinada a estudantes de escolas de

música e amadores de todas as idades, e as inscrições

já estão disponíveis para a Masterclass que terá lugar

nos dias 12 e 13 de Agosto. O Concerto e a Masterclass inserem-se na 4ª edição do

ciclo de concertos «‘Clássica em Cacela», cuja orga-

nização está a cargo da câmara municipal de Vila

Real de Santo António e da Associação ALTELA, com a colaboração da ADRIP – Associação de Defesa,

Reabilitação, Investigação e Promoção do Patrimó-

nio Natural e Cultural de Cacela.

O formulário para inscri-ção na Masterclass pode ser solicitado através do e-mail

[email protected] e a inscrição custa €30

para participantes maio-res de 13 anos de idade,

€20 para participantes até 13 anos (inclusivé) e €15

para Ouvintes. A inscrição permite também acesso gra-tuito ao concerto que Ruben Bettencourt vai oferecer, no dia 11 de Agosto, na Igreja

de N. Sª da Assunção, em Cacela Velha.

Masterclass com Ruben Bettencourt

Com a conquista de Faro, Loulé, Albufeira e Aljezur, no reinado de D. Afonso III, dá-se o cul-minar da reconquista cristã no Algarve, no ano de 1249. Com a nova configuração do mapa político, as comunidades de piratas do Norte de África passaram a fustigar as regiões costei-ras do Sudoeste peninsular, nomeadamente o Algarve, saqueando as populações do litoral, destruindo a navegação costeira, e cativando cristãos em busca de eventuais resgates. No ano de 1332, por exemplo, uma armada de assal-tantes magrebinos, reunidos em doze galés, saquearam os moradores de Lagos, levando alguns deles como cativos, para Marrocos. Em 1353, foi a vez da vila de Castro Marim ser invadida e saqueada. E entre 25 de Maio e 14 de Junho de 1385, um bando de salteadores muçulmanos irrompeu sobre Loulé e capturou um vereador do concelho municipal. A organi-zação da marinha de guerra tornou-se urgente como forma de contrariar o corso e a pirataria, então muito activos. Foi neste contexto que a coroa decidiu recorrer ao almirante genovês Manuel Pessanha, para liderar o processo das reformas indispensáveis à marinha portuguesa. Foram apreciadas várias tácticas e definidas estratégias como forma de retaliar os sucessivos ataques de navios magrebinos que não davam descanso aos algarvios e às suas actividades quotidianas, nomeadamente a faina piscatória. A nova e reestruturada marinha portuguesa não tardaria a afirmar-se, respondendo ao dina-mismo que lhe era exigido: não só reprimir a pirataria muçulmana que assolava o Algarve, como também assaltar as costas muçulmanas de Granada e de Marrocos. D. Dinis, ao fundar a Ordem da Cavalaria de Jesus Cristo em Castro Marim, demonstrou a importância que atribuía à região do baixo Guadiana, pois era o Algarve a primeira linha de defesa contra o inimigo muçulmano do Norte de África. Ainda assim, continuaram as temíveis acções da pirataria magrebina nas costas do Algarve. Ainda nos primeiros anos do séc. XV, a cidade de Lagos foi novamente assaltada, sendo os sinos da igreja levados para Ceuta, como troféu. A resposta portuguesa não tardaria, e logo em 1415, D. João I toma Ceuta, levando a cruzada cristã para solo marroquino. Em breve o Algarve ganharia um importante papel no contexto nacional, na defesa e abastecimento do Algarve dalém Mar. No entanto, apesar da presença portuguesa nas praças do norte de África, o Algarve não deixou de ser incomodado pela pirataria moura. Basta-nos recordar que Santo António de Arenilha foi despovoada nos inícios do séc. XVII, não somente devido ao avanço das águas do mar, como também em virtude das investidas da pirataria magrebina. Foi somente em 1774, depois da Coroa ter abandonado a última possessão portuguesa em território mar-roquino (Mazagão), em 1769, que foi assinado o Tratado de Paz entre Portugal e Marrocos, que viria a pôr termo ao corso e a incrementar as relações diplomáticas e comerciais entre os dois reinos. Fernando Pessanha

Considerações sobre o corso e a pirataria magrebina no Algarve

Formador «História Local»/CEPHA

Depois de ser apresentado no dia 19 de Maio em Cuba, o documentário que avança mais informação sobre as últimas 24 horas de vida de José Marti, foi apresentado em Vila Real de Santo António no âmbito do Encontro de Cultura Cubana 2011.

Trata-se de um documentário do realizador cubano Roli Peña que esteve, durante a apresentação do seu mais recente trabalho, em terras pombalinas e explicou ao JBG que se trata de uma tese apresentada em formato audiovisual que surge de uma grande investigação “que só se tornou possível graças à colaboração de historiadores vivos, familiares de outros historiadores, que já falece-ram mas que possuíam documen-tação sobre o José Marti”, avança o realizador que lembra que “houve também pessoas fora de Cuba que enviaram informação”. Para além destes, o documentário teve a cola-boração de criminalistas, patólogos, geólogos, biólogos e cartógrafos que estudaram o terreno para comprovar e questionar as teses sobre as últimas 24 horas de José Marti.

Em declarações ao JBG, Roli Peña disse ainda que chegou até este pro-jecto porque acredita que “qualquer artista deve acrescentar algo mais a este pensamento [de José Marti]”. O artista considera que o seu trabalho deverá ser encarado como “um ponto de partida para provocar mais estudos sobre José de Martí; para se coloca-rem mais questões”, defendeu .

O financiamento para o documen-tário “foi mínimo”. Roli Peña contou com muitas colaborações gratuitas e cabe agora à Sociedade Cultural de José Marti distribuir a película por todas as embaixadas cubanas espa-lhadas no mundo.

De referir que este projecto teve um prazo de execução de três anos, entre investigação e produção.

A partir de dia 1 de Agosto vai estar exposta a exposição de pintura «Os Caminhos da Fé» em Vila Real de Santo António. Este ano no Centro Cultural António Aleixo - como habitualmente, mas também em 12 telas gigantes no centro histó-rico pombalino. Esta manifestação artística vem substituir a exposição «Artêxtil» que invadiu VRSA.

Trata-se de uma iniciativa da Associação de Fotógrafos« ¼ Escuro» que começou a tomar forma no ano de 2005 em Israel, quando um dos autores acompa-nhou um grupo de peregrinos Por-tugueses à Terra Santa. O primeiro trabalho colectivo surge em 2007, no Santuário de Fátima, nos dias em que se inaugurava a nova igreja da Santíssima Trindade. Seguiu-se em 2008, Santiago de Compos-

tela, a recepção aos peregrinos e às suas histórias que ao terminarem «El Camino» junto à fachada de Obradoiro, ou no cabo Finisterra, se deixavam fotografar tentando esconder as fugidias lágrimas de conquista dos trilhos até Santiago. Em Fevereiro de 2009 o grupo de fotógrafos cruzou toda a Península Ibérica e encontrou o Santuário de Lurdes coberto de neve, sentimento e de muitas histórias de fé. Pelo meio, Juan Castellano explora fotograficamente os empoeirados ambientes do Rocio.

Por fim os sensíveis momentos da Semana Santa de Ayamonte, ajudam a completar o projecto «Os caminhos da fé» da autoria de Agostinho Gomes; Carlos Afonso; Fernando Soares; Juan Castellano e Manuel Rosa.

José Marti e o «Encontro Cultural»

José Martí morre a lutar pela sua pátria a 19 de maio de 1895 após o seu pequeno contingente de revol-tosos deparar-se com as tropas. É mutilado pelos soldados e exibido à população. É sepultado em Santiago de Cuba. Cultuado em Cuba como o grande mártir da independência do país em relação à Espanha, o poeta, escritor, orador e jornalista, para José Martí (1853-1895) a luta deveria ser uma verdadeira transfor-mação cubana em todos os aspectos: económico, político e social.

Os ideais de Martí, juntamente com o marxismo-leninismo, guiam a política de Cuba até hoje. Desde muito pequenos, os cubanos são ensi-

nados a amar José Martí. Escolas, museus, nomes de prémios, monu-mentos e ruas com o nome do poeta não dão conta de toda a admiração que o povo cubano tem pelo patriota. O Encontro de Cultura Cubana, que acontece desde 2007, e com uma frequência anual em VRSA, realiza-se sob a égide da Sociedade Cultural José Marti.

A semana cultural cubana contou com a música da orquestra cubana feminina «Contratiempo», com festa dos povos, que misturou culturas e teve também a exposição de pin-tura contemporânea cubana «Color Cuba».

De referir que também o concelho de Castro Marim recebeu em Julho - de 22 a 25 - a Semana Culturtal Cubana.

Roli Peña apresenta documentário«Últimas 24 horas de vida de José Marti»

Pintura invade VRSA

Realizador Cubano

Roli Peña produziu o documentário sobre o mártir da independência cubana face a Espanha

Foi no final do «Encontro de Cultura Cubana 2011» que Roli Peña teve oportunidade de apresentar em Vila Real de Santo António o seu documentário que descreve as últimas 24 horas de vida de José Marti.

Exposição «Os Caminhos da Fé»

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2011 | 19

CULTURA

Depois de «Íntimo», trabalho de 2010, está a preparar já outro, de carreira, para finais de Agosto. É um trabalho que vive de novas descobertas?

Sim; um produtor jovem, também com muitos músicos jovens, sendo que muitos deles nuncam tinham gravado comigo. Vem com uma linguagem mais fresca, mais actualizada; dentro da sonoridade que hoje a música vai tendo. Isso porque eu também sou muito cama-leónico; não me prendo a sonori-dades nem estilos e isso deu para ver bastante no meu show; em que eu viajo desde a música íntima, do pop ao jazz com uma fluência bas-tante grande. Não me prendo a um género. Uma vez me perguntaram que tipo de música fazia eu falei que fazia «música total» (risos).

É assim que designa a sua música?

É, é assim... Eu não tenho qual-quer problema em misturar música sertaneja com rock, com outros géneros e é o que vou fazendo. Tem canções que eu toco de uma maneira bastante concisa e limpa e tem outras que são longas que canto de uma maneira longa, com improvisos de jazz. Coloco tudo no mesmo pacote. De certa maneira é uma forma do meu público, que tem acesso a música mais comercial, aceder a performances de músicos e conhecerem o outro lado que se aproxima muito do jazz. Isso de uma certa maneira é bom para terem con-tacto com esse género de música.

O Ivan Lins é responsável por lançar grandes nomes da música brasileira, como por exemplo Lenine e Chico César. Sente-se, de alguma forma, uma plataforma para muitos artistas se descobrirem?

Sim... Faço questão de fazer isso. No Brasil tenho feito muito isso. Inclusivé aberto o meu palco para a nova geração, para os novos compo-sitores e artistas que têm aparecido. Meu palco sempre está aberto a eles. Talvez porque eu nunca tenha tido na minha época esse tipo de genero-sidade. Acho que é importante você ajudar a renovar a música porque quando você ajuda a renovar você se renova também. Caetano [Caetano Veloso] tem feito isso muito também; e ele mesmo se renova com isso... É uma forma de longevidade.

Não é um artista fechado sobre si mesmo...

É, eu não fecho, eu abro! Eu deixo minhas portas e janelas totalmente abertas; eu deixo entrar tudo o que é bonito. Eu tenho um compromisso com a beleza! Sabe, essa beleza esté-tica, e a beleza humana, claro. Tem um grande amigo meu, o Carlos do Carmo [fadista], que me passou uma frase do poeta português Manuel da

Fonseca que diz: «As coisas belas só pertencem a quem as ama» e esse é um dos lemas da minha vida. Eu procuro produzir beleza porque eu me deixo contaminar por ela.

«Madalena» celebrizada por Elis Regina é o seu primeiro sucesso. As suas canções já foram interpretadas por grandes nomes brasileiros e internacionais. Quer destacar nomes especiais que estejam na sua lista?

Sim, claro que sim! O Sting, a Barbara Streisand, Sara Rowland, George Benson, Ella Fitzgerald,Diana Krall... Meu Deu há tanta gente!

Já percebi que ainda quer partilhar muita música. Quem está na sua lista de futuras uniões musicais?

Olha, Peter Gabriel, Jamie Cullum, porque também toca piano e é da nova geração, e eu sei que ele gosta e conhece a minha música... Os Coldplay que é das que mais gosto da nova safra de bandas de rock, Paul McCartney, Steve Wonder, James Taylor também...

É curioso saber que é enge-nheiro químico de formação, mas que se deixou atrair mais que tudo pela música. Como é que isso aconteceu na sua vida?

Eu achava que a química me ia levar a descobrir coisas, mas depois percebi que na Universidade eu não ia ter chance nenhuma para descobrir nada, e que devia ter feito arquitectura que

era a minha matéria mais forte. Optei por química porque muitos amigos foram e eu também. Mas o meu espí-rito aventureiro foi o que determinou tudo na minha vida. Estou na música porque tenho um espírito aventureiro; corro riscos, quero sempre criar coisas novas que podem ser bem ou mal acei-tes. Eu tenho uma frase que fala assim: «O impossível é impossível» (risos). Porque eu acho que tudo tem uma saída! Apesar de todas estas crises eu sou muito positivista!

A música é a sua maior expressão?

É, a música é a minha maior expres-são. Eu uso a música para tudo na minha vida. Ela é o meu sexto sen-tido.

E uma palavra para os fãs…

Os fans na verdade fazem o artista; se não tem público não tem conti-nuidade. Eu devo muito também ao público por estar produzindo como estou produzindo. Apesar de todos os problemas que existem por aí, eu posso me considerar um artista privilegiado ainda por ter um público que gosta de mim e por quem quem tenho o maior respeito. Por isso sempre apresento minha música com todas as suas facetas, seus lados, suas indiocrassias e suas brincadeiras e detalhes...

Ivan Lins prepara novo albúm para Agosto

Depois de «Intimo»

Ivan Lins esteve em Julho no Algarve num concerto em Albufeira no âmbito do programa «ALLGARVE»

Ivan Lins, um dos maiores músicos do Brasil, conta já com 40 anos de carreira. Sempre de espírito renovado, trabalha num novo albúm que será lançado no final de Agosto no Brasil. No âmbito do programa «Allgarve»,

esteve em concerto em Albufeira e em entrevista Ivan Lins fala-nos do trabalho que tem desenvolvido com a sua produtora, na descoberta de talentos como Lenine e Chico César e também da adaptação que faz na

área das novas tecnologias.

Decorre este Verão mais uma iniciativa «Vamos à Vila». Trata-

se de uma forma de proporcionar dias diferentes aos habitantes dos montes e aldeias do con-

celho de Alcoutim. Sempre às quartas-feiras há passeio para os habitantes, a partir das 18 horas.

O dia culmina na praça central para assistir a mais uma edição

de «Música na Rua». A inicia-tiva é da câmara municipal de

Alcoutim.

«Vamos à Vila» de Alcoutim

Susana de Sousa

O segundo volume da História de Portugal de António Borges Coelho, intitulado Portugal Medievo, segue as grandes linhas do primeiro: o rigor documentado, a visão da sociedade na sua complexa globalidade, a expo-sição sugestiva e fluente.

É o prazer da leitura realizado no estudo da história, como já dissemos do primeiro volume.

Este segundo volume «abraça o tempo da formação e da refundação do Estado português», precisa o autor no início do Prólogo.

O primeiro marco é a Batalha de S. Mamede, de 24 de Junho de 1128, ganha por D. Afonso Henriques, que Borges Coelho, «no rasto de Alexandre Herculano», escolhe «para data simbó-lica do nascimento formal do Estado que se intitularia “Portugal”».

O último, é a Batalha de Aljubar-rota, de 14 de Agosto de 1385, que culminou a vitória da revolução ini-ciada em 1383 e a derrota definitiva das pretensões do rei de Castela.

Entre os dois marcos, António Borges Coelho apresenta-nos, em grandes painéis, o que foi a complexa sociedade medieval.

Aprende-se como a violência fazia lei, não só na guerra e nos confron-tos armados, mas em todas as rela-ções sociais, como a insegurança era praticamente total, a desigualdade absoluta, o império das religiões, com a católica dominante, contribuía mais para a conflito e o confronto do que para a temperança. Também se aprende como os povos se organiza-vam nos concelhos, desenvolviam relações de solidariedade entre os vizinhos e a pouco e pouco sabiam tirar partido de uma aliança objec-tiva com o poder real, conquistando direitos e justiças, obtendo garantias contra a prepotência e violência dos grandes senhores.

O autor concede um grande relevo ao reinado de D. Dinis: «a ele deve em boa medida a Nação portuguesa a definição do território, o reforço da soberania do centro, a promoção e o enriquecimento da língua.»

É no entanto, a revolução de 1383-1385 que tem o mais largo e justo destaque no conjunto da obra.

Numa das várias sínteses que lhe dedica, Borges Coelho afirma:

«A Revolução de 1383-1385, ou se preferirem a insurreição de Lisboa e a batalha de Aljubarrota cindiram Portugal do corpo orgânico da Ibéria, refundaram o Estado e Poder, alimen-taram o sentimento da Nação.»

A fechar esta nota de leitura, relembremos que no presente mês de Agosto se completam os 626 anos da Batalha de Aljubarrota. Excelente efeméride para recomendar a leitura do «Portugal Medievo».

António Borges Coelho- a história com prazer

L I V R O Spor Carlos Brito

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20 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |AGOSTO 2011

Castro Marim volta a receber mais uma edição do certame «Dias Medievais». As ruas da vila e o castelo vão ser invadidos pelas imagens, cheiros e sabores da época medieval. Considerada uma das maiores festas medie-vais do país atrai anualmente pela animação, gastronomia e convivências inexplicavelmente únicas.

CULTURA

14.ª Edição

«Dias Medievais»

ras de barcos, tapeçaria, bijuta-ria feita com material reciclável, louça, peças de barro, decoração, calçado e vestuário, não apenas do Algarve, como um pouco por todo o país.

O certame teve grande aflu-ência de residentes e sobretudo turistas.

Crise faz-se sentir

A crise é notória, as compras são escassas ou pelo menos redu-zidas, e para os empresários pre-sentes a população nem sempre sabe o valor real de uma peça. “A crise faz-se sentir na carteira e as pessoas nem sempre dão o devido

valor ao artesanato, esquecendo que entre materiais, técnica e mão-de-obra, os artigos acabam por estar a preços quase irrisórios”, contou um dos empresários/artesãos aos JBG, acrescentando que não obstante às vendas, “o certame funciona como uma montra e ajuda bastante na promoção dos artigos”.

De recordar que o certame contou com muita animação e a presença dos grupos «No Mazurka Band» , «ARUTLA», banda «Sem Efeito», Rancho Folclórico de Azinhal e «Quinta do Bill», entre outros.

Feira de Castro Marim suspensa

Face às dificuldades financeiras sentidas pelas autarquias, e acentu-adas em tempo de crise, a câmara municipal de Castro Marim decidiu, cancelar o certame. Filomena Sintra, vereadora da cultura da autarquia, garantiu ao JBG que a Feira de Arte-sanato da vila, que ocorre pela 3ª semana de Julho e comemoraria a sua 27ª edição este ano, foi apenas suspensa, havendo possibilidade de continuação para anos vindouros.

Cumpriu-se mais um programa do certame Alturense com a pre-sença dos muitos turistas que se faziam sentir na localidade. Para além das habituais cerimónias religiosas em Honra do «Coração Imaculado de Maria», o programa das festas incluiu a 12ª edição do certame artesanal de Altura, um espaço que durante três dias [1 a 3 de Julho], mostrou o melhor dos saberes tradicionais, nas artes e ofícios, mas também na doçaria regional que se mostrou assídua e apresentou iguarias não só do Baixo Guadiana como também do barlavento. Os licores, os choco-lates de figo e os doces de alfar-roba deliciaram os visitantes que sucumbiram à «gulodice». Também o sal de Castro Marim e os frutos secos marcaram presença.

Artesanato muito diversificado

A edição de 2011 da feira de artesanato contou com um largo espólio artesanal, desde miniatu-

Altura voltou a receber mais uma Feira de Artesanato

As miniaturas de barcos antigos foram alguns dos grandes atractivos do certame

Decorre entre 25 e 28 de Agosto

POR CÁ ACONTECE A G E N D A C U LT U R A L

E V E N T O SFesta dos Tacões 20 Agosto

Festa dos Farelos20 Agosto

Festa da Espuma 20 AgostoCais de Alcoutim

Festa Tradicional de Vaqueiros 27 e 28 Agosto

Castro Marim

Noites de Cinema1,4,8,11,18,22 Agosto - Castro Marim2,6,9,13,20,23 Agosto Cine- Estúdio Altura

Animação de Verão 1, 10, 17, 24, 31(Av. 24 de Junho) Altura

Serões do Acordeão06 Agosto Cortelha13 Agosto Alcaria de Odeleite

Feira do Livro7 a 17 Agosto(Av. 24 de Junho) Altura

Festa Nossa Sra. Mártires13, 14 e 15 AgostoConcerto «Anjos»Castro Marim

Feira do Azinhal20 Agosto

Dias Medievais14ª edição25 a 28 AgostoCastelo, Forte e vila de Castro Marim

VRSA

Concerto Musical com Charanga Habanera1 Agosto, 22hCalçadão de Monte Gordo

Exposição «Caminhos da Fé»1 Agosto a 11 SetembroCentro Cultural António Aleixo

«O Cabaz da Horta em VRSA»1 a 31 Agosto, 10h às 13h [Quarta-feira] Produtos de hortas locais, chegam ao consumidor a um preço de 10€, com 8 a 9Kg. Associação Cultural de VRSA

Workshop: Formação «Fantoches e Marionetas»1 a 31 Agosto, 14h às 16h [Sábados] Casa da Marioneta

Mostra de Artesanato2, 9, 16, 23 e 30 Agosto, 19h às 00hZona Poente Casino de Monte Gordo

XIII Feira do Livro de Monte GordoAté 3 Agosto, 20h às 00hZona Poente

Clássica em Cacela - Ciclo de concertos4.ª Edição: «A Oriente»5, 11, 12, 13, 18 e 25 Agosto, 21h45Cacela Velha

Grande Corrida de Toiros à Portuguesa6 Agosto, 22h30Av. Infante D. Henrique em Monte Gordo

Concerto Musical com Baby Lores13 Agosto, 22hCalçadão de Monte Gordo

Exposição de Pintura de Jorge Calero18 a 31 AgostoCentro de Artes e Ofícios da Manta Rota

Festival de Folclore da Associação Cultural VRSA20 Agosto, 21h30Praça Marquês de Pombal

Clube de leitura «Livros Mexidos»«Gabriel Garcia Marquez»25 Agosto, 18hBiblioteca Municipal Vicente Campinas

Festas do São João da Degola26 a 29 Agosto, 21h30 Junto ao Centro de Artes e Ofícios da Manta Rota

Manta Beach Summer Spot 2011Até 28 AgostoManta Rota

Actividades da UTL VRSAAté 30 Agosto Centro de Artes e Ofícios da Manta Rota

Alcoutim

Exposição de Escultura de Fernando Colaço 04 a 31 de AgostoCasa dos Condes

Feira anual Giões04 Agosto

Festa de S. Bento09 AgostoAlcaria Queimada

Mercado de Vaqueiros 11 Agosto

Bailes de Acordeão 06 Agosto - Balurcos de Baixo12 Agosto - Montinho das Laranjeiras13 Agosto - Velhas19 Agosto - Laranjeiras20 Agosto – Corte das Donas

Festa da Corte Tabelião 14 Agosto

Festa Tradicional de Giões 13 e 14 Agosto

Procissão Nª S.ra do Carmo, Virgem dos Marinheiros 15 Agosto, 18h30Alcoutim - San Lúcar

Festa de Santa Justa19 e 20 Agosto

Feira de Verão 17 Agosto - Martinlongo

Festa do Emigrante para todos os gostos

O Campesino Recreativo Futebol Clube promove nos próximos

dias 5, 6 e 7 de Agosto, mais uma edição da Festa do Emigrante, em Monte Francisco, no concelho de

Castro Marim. A festa promete boa disposição e

animação musical e tem como fina-lidade fomentar o convívio entre

emigrantes que nesta época do ano regressam para junto da sua famí-

lia e das suas terras de origem para gozar alguns dias de férias.

A festa é para todos os gostos e idades, arrancando no dia 5,

com o emblemático baile com o grupo Mais Dois, Silvino Campos

e Ângelo e Jaime. No sábado a presença do grupo «Uns e Outros»

e a encerrar a noite, e dedicada aos mais jovens, o DJ Flip D. Palm. No Domingo, dia 8, e a encerrar as fes-tividades, o mega almoço convívio.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2011 | 21

CULTURA

As ruas de Cacela encheram-se de (mais) inspiração

A meados de Julho – mais propria-mente, dias 15 e 16 – a povoação sempre mágica de Cacela Velha ganhou pela segunda vez uma energia única com mais uma edição anual do certame «Poesia na Rua». Terra de poetas - que ali viveram ou que sobre ali escreveram – foi onde que a poesia se multiplicou com os pensamentos, a vocação e a paixão pelas letras, sobretuto, pela capacidade dos escritos poéticos.

Dois dias com muitas letras que, através das mais variadas formas, se espalharam pela povoação. Estendais de poesia, jogos poéticos, composições novas ou renascidas nas paredes e até nas improvisa-das chapas de zinco que envolvem a obra de recuperação, em curso, da casa do pároco, marcaram pre-sença na aldeia histórica.

Uma tarde com Adolfo Gago

Depois de uma manhã dedicada aos mais pequenos, a tarde inaugu-ral da «Poesia na Rua» contou com três momentos distintos. Primeiro Teresa Patrício que apresentou a poesia de Adolfo Gago, cacelense que “foi muito mal tratado na sua terra”. Teresa Patrício relatou que este pintor e poeta local “foi encarado pela população como um louco”, sendo que as mulheres fugiam deste homem que vivia tór-ridas paixões platónicas. Tal como Teresa Patrício referiu, Adolfo Gago “foi um poeta quase riscado de quem poucos livros haverão”.

Autor do poema «A Minha Terra» poderá vir a ter uma rua com o seu nome. É que durante a apresenta-ção Teresa Patrício lamentou tal facto, visto que existem algumas com nome de outros poetas, como é o caso de Sophia de Mello Brey-ner Andersen. O vereador da cul-tura, José Carlos Barros, prometeu que “esta questão vai ser levada à próxima reunião de toponíma”.

Teresa Rita Lopes

Coube a Teresa Rita Lopes, uma dos maiores especialistas contem-porâneas em Fernando Pessoa, dar a conhecer em Cacela Velha a «pessoana» mais jovem do mundo. Amanda, de sete aninhos, reser-vou uma surpresa para o final da comunicação da professora Teresa

Rita L. e surpreendeu os amantes da poesia que ali se juntaram. Mas antes desse momento, Teresa Rita Lopes, lembrou que também ela era muito jovem quando descobriu Fer-nando Pessoa, tendo sempre prefe-rência pelo heterónimo Álvaro de Campos e “nos anos 50, em que a poesia de Fernando Pessoa ainda era mal conhecida”, recorda.

A especialista contou que os amigos lhe dizem que tem sido “devorada” por Fernando Pessoa, mas também garantiu que nunca se sentiu angustiada por “ser tão envolvida”. Esta poeta, dramaturga e contisa tem dedicado a maior parte do seu tempo ao estudo de Fernando Pessoa, que morreu aos 47 anos. “Ainda há muito por fazer, por publicar; muitos volu-mes. Apesar de já nada estar no «baú»; está digitalizado na Biblio-teca Nacional”, afirmou. Teresa Rita L., antes de passar a palavra a Amanda, leu poemas de Fernando Pessoa e dois de homenagem a Cacela.

A «pessoana» mais jovem do mundo

Amanda, quando chegou a sua vez, enfrentou a vergonha e disse a primeira quadra que Fernando Pessoa escreveu – e que lhe valeu a partida com sua mãe para a África do Sul: «Eis-me aqui em Portugal/

Alcoutim está a viver mais um programa de verão «Música na Praça», uma iniciativa da câmara local que, uma vez por semana, traz ao centro da vila espectácu-los variados. A reabertura desta animação de verão trouxe o flamenco à praça, com o grupo «Sajuca». Aos ritmos hispânicos juntou-se ainda o grupo de «Mar-chas Populares do Pereiro».

«Música na Praça» marcou também o início da comerciali-zação do cocktail «Almareado» em todos os estabelecimentos da vila. De referir que este cocktail foi criado pelos alunos do curso de Restauração, variante Res-taurante/Bar, da Escola Básica Integrada de Alcoutim. O «Almareado» é uma mistura de mel, laranja, aguardente de figo e amarguinha, e foi escolhido entre quatro cocktails apresen-tados pelo mesmo curso, por ser aquele que melhor rentabiliza os produtos locais.

«Música na Praça» de Alcoutim vive-se sempre a partir das 22 horas às Quartas.

Nos dias 14 e 15 do mês de Julho decorreu pelo concelho de Vila Real de Santo António a ini-ciativa «Junta em Movimento – Noites de Lua Cheia». A 14 uma marcha Passeio e a 15 Passeio BTT. Nos mesmos dias de Agosto passeios idênticos prometem des-cobrir nova Lua Cheia. Sempre a partir das 22h com concentração na marina de Vila Real de Santo António.

Nas terras onde eu nasci/Por muito que goste delas/Ainda gosto mais de ti». Amanda, sempre de cor, disse depois o poema «Pial». De referir, que esta jovem menina ganhou a paixão por Pessoa por influência dos seu pais, também estudiosos do poeta português.

Debate media/cultura

A tarde terminou com um debate que juntou quatro jornalistas com incursões na cultura nos media: Carlos Vaz Marques, João Pom-beiro, Filipa Melo e Mário Antunes. Estes profissionais da comunicação defenderam em uníssono que é um dos equívocos de base das rubricas culturais nos jornais, por exemplo as críticas, é não se saber ao nível da editoria, qual o verdadeiro des-tinatário destes trabalhos e rejei-taram a ideia de que a crítica deve existir pelo lado negativo para se afirmar.

A «Poesia na Rua» prolongou-se pelo dia 16. Com o mesmo entusiasmo, com mais leituras de poesia, conversas com aman-tes da poesia, inclusivé poetas do al-Andalus, tendo tido mais uma manhã reservada às crianças e jovens que contactaram com a poesia e a oficina de aguarela.

Sophia de Mello Breyner Andersen, Eugénio de Andrade, Adolfo C. Gago, Teresa Rita Lopes, crianças, adultos; todos juntos ou num recolher isolado porque a

inspiração chegou a cortar a respiração!

Quatro profissionais da comunicação debruçaram-se sobre a cultura nos media

Amanda, a jovem «pessoana»

Teresa Patricio

De novo a 14 e 15 de Agosto

Teresa Rita Lopes

«Poesia na Rua»

«Música na Praça» volta a Alcoutim

Noites de Lua Cheia na «Junta em Movimento»

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22 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |AGOSTO 2011

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CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia dezoito de Julho de dois mil e onze foi lavrada neste Cartório, de folhas sessenta e cinco a folhas sessenta e oito verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Dezasseis - A, uma escritura de justificação, na qual compareceu: Henrique José Nobre e mulher, Glória Fernandes Teixeira, casa-dos sob o regime da comunhão geral, ambos naturais da freguesia e concelho de Castro Marim, onde residem, no Cerro do Enho, contribuintes fiscais números 124 886 639 e 124 886 620, e pelos outorgantes foi dito que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios, todos localiza-dos na freguesia e concelho de Castro Marim, não descritos na Conservatória do Registo Predial deste concelho:a) Prédio misto sito no Cerro do Enho, composto por cultura arvense de sequeiro e por edifício térreo com diversos compar-timentos, destinado a habitação, e logradouro, com a área de nove mil oitocentos e quarenta metros quadrados, dos quais sessenta e oito metros são de área coberta, a confrontar a Nor-te com caminho, José António Nobre, Carlos Manuel Gonçalves Campos, Henrique José Nobre, Thomas Turcan e Herdeiros de Manuel Nobre, a Sul com Adelina Maria Romão Dias, Herdeiros de Gentil Madeira da Palma e Herdeiros de Sisinando José Nobre, a Nascente com Carlos Manuel Gonçalves Campos e Herdeiros de Manuel Nobre e a Poente com José António Nobre e Thomas Turcan, a parte rústica inscrita na matriz sob o artigo 17, da secção Q, com o valor patrimonial tributável de 63,57 euros, e a parte urbana inscrita sob o artigo 7745, com o valor patrimonial tributável de 3.735,20 euros;b) Prédio rústico sito no Cerro do Enho, composto por mato, olival, cultura arvense, alfarrobeiras, leitos de curso de água e amendoal, com a área de trinta e um mil e quatrocentos e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Jacinto Domingos Nobre e José Raposo Fernandes, a Sul com José António Nobre e Herdeiros de Manuel Nobre, a Nascente com Ildefonso António Rosa, César da Assunção Cristino, Nélia Maria Rodrigues Cristino, Cristovão Rodrigues Cristino, Jacinto Domingos Nobre, Jacinto Engrácio Nobre e Herdeiros de Lino Gomes da Silva e a Poente com José Raposo Fernandes, Jacinto Domingos Nobre, António Raposo, Jacinto Engrácio Nobre, Herdeiros de Manuel Nobre e Herdeiros de Lino Gomes da Silva, inscrito na matriz rústica sob o artigo 68, da secção A, com o valor patrimonial tributável de 224,23 euros;c) Prédio rústico sito no Cerro do Enho, composto por cultura arvense, com a área de nove mil trezentos e sessenta metros quadrados, a confrontar a Norte com José Engrácio Nobre e Her-deiros de Manuel Nobre, a Sul com José António Nobre e Herdeiros de Manuel Nobre, a Nascente com Herdeiros de Manuel Nobre e Herdeiros de Lino Gomes da Silva e a Poente com Jacinto Domingos Nobre, inscrito na matriz rústica sob o artigo 82, da secção A, com o valor patrimonial tributável de 61,94 euros;d) Prédio rústico sito no Cerro do Enho, composto por alfarrobeiras e cultura arvense, com a área de cinco mil trezentos e vinte metros quadrados, a confrontar a Norte e a Nascente com Herdeiros de António Rita Teixeira, a Sul com Herdeiros de Manuel Nobre e a Poente Jacinto Domingos Nobre, inscrito na matriz rústica sob o artigo 88, da secção A, com o valor patrimonial tributável de 62,74 euros;e) Prédio rústico sito em Casas Novas, composto por amendoei-ras, cultura arvense e figueiras, com a área de quatro mil metros quadrados, a confrontar a Norte com Henrique José Nobre, a Sul com Herdeiros de Sizinando José Nobre, a Nascente com Fernando Teixeira Raposo e a Poente com Gilberto Antunes Lopes, inscrito na matriz rústica sob o artigo 34, da secção AL, com o valor patrimonial tributável de 77,66 euros;f) Prédio rústico sito na Ladeira, composto por cultura arvense de sequeiro, com a área de quatro mil e seiscentos metros qua-drados, a confrontar a Norte com Alberto Francisco Sequeira Vera, a Sul com Herdeiros de Sezinando José Nobre, a Nascente com Manuel Horta Nobre, e Poente com Joaquim Bento da Con-ceição e Damião Raposo Campos, inscrito na matriz rústica sob o artigo 15, da secção AM, com o valor patrimonial tributável de 30,46 euros;g) Prédio rústico sito no Cerro do Enho, composto por alfarrobeiras e cultura arvense de sequeiro, com a área de trezentos e vinte metros quadrados, a confrontar a Norte e a Nascente com Her-deiros de António Rita Teixeira, a Sul e a Poente com José António da Conceição Carmo, inscrito na matriz rústica sob o artigo 2, da secção Q, com o valor patrimonial tributável de 56,62 euros;h) Prédio rústico sito no Cerro do Enho, composto por alfarrobeiras e cultura arvense de sequeiro, com a área de cinco mil oitocentos e quarenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Albano Nunes Martins, a Sul com José António Conceição do Carmo, a Nascente com Herdeiros de António Rita Teixeira e a Poente com Maria Isidra da Assunção Cristino Romão, José Joaquim da Assunção Cristino, Lisete de Assunção Cristino, Jacinto Manuel de Assunção Cristino, César de Assunção Cristino e Herdeiros de Manuel António Romão, inscrito na matriz rústica sob o artigo 27, da secção Q, com o valor patrimonial tributável de 93,61 euros;i) Prédio rústico sito no Cerro do Enho, composto por cultura arvense, figueiras e olival, com a área de quarenta e quatro mil seiscentos e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Herdeiros de Manuel António da Palma, a Sul com José António da Conceição Carmo, a Nascente com Albano Nunes Martins, José António da Conceição Carmo e Herdeiros de António Rita Teixeira e a Poente com estrada e Herdeiros de António Rita Teixeira, ins-crito na matriz rústica sob o artigo 63, da secção A, com o valor patrimonial tributável de 329,48 euros;j) Prédio urbano sito no Cerro do Enho, composto por edifício térreo com vários compartimentos, destinado à habitação, e lo-gradouro, com a área total de cento e oito metros quadrados, dos quais oitenta e nove são de área coberta, a confrontar a Norte com Thomas Turcan, a Sul e Poente com Henrique José Nobre e a Nascente com caminho, inscrito na matriz urbana sob o artigo 1763, com o valor patrimonial tributável de 7.439,95 euros;k) Prédio urbano sito no Cerro do Enho, composto por edifício térreo com vários compartimentos e logradouro, destinado a ha-bitação, com a área total de oitenta e sete metros quadrados, dos quais trinta são de área coberta, a confrontar a Norte e Po-ente com Caminho, a Sul com Henrique José Nobre e Thomas Turcan e a Nascente com Henrique José Nobre, inscrito na matriz urbana sob o artigo 7744, com o valor patrimonial tributável de 1.634,15 euros;l) Prédio urbano sito no Cerro do Enho, composto por edifício térreo com vários compartimentos, destinado a arrecadação e arrumos, com a área total e de implantação de cento e oitenta e dois metros quadrados, a confrontar a Norte com Caminho, a Sul, a Nascente e a Poente com Henrique José Nobre, inscrito na matriz urbana sob o artigo 7746, com o valor patrimonial tribu

tável de 7.957.60 euros;m) Prédio rústico sito no Cerro do Enho, composto por alfarrobeiras, cultura arvense de sequeiro, figueiras e oliveiras, com a área de nove mil novecentos e vinte metros qua-drados, a confrontar a Norte com Jacinto Manuel Cristino e Adelina Maria Romão Dias, a Sul com Jacinto Domingos Nobre e Herdeiros de Lino Gomes da Silva, a Nascente com herdeiros de Manuel António da Palma e a Poente com L.P. Serviços – Sociedade de Investimento Imobiliário, Lda., inscrito na matriz rústica sob o artigo 12, da secção R, com o valor patrimonial tributável de 265,30 euros.Que atribuem aos referidos prédios os respectivos valores patrimo-niais, calculados para efeitos de IMT e de Imposto do Selo, pelo que somam os mesmos o valor global de vinte e dois mil e trinta e dois euros e cinquenta e um cêntimos.Que os prédios identificados de a) a f) e de j) a l), lhes pertencem, por os terem adquirido por partilhas verbais e nunca reduzidas a escrito, feitas com os demais interessados, em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta e seis, por óbito dos pais do primeiro outorgante marido, José Nobre e Maria Engrácia, casados que foram sob o regime da comunhão geral, e residentes que foram no Cerro do Enho, na dita freguesia de Castro Marim.Que os prédios identificados em g), h) e i), lhes pertencem, por os terem adquirido por partilhas verbais e nunca reduzidas a escrito, feitas com os demais interessados, em data imprecisa no ano de mil novecentos e oitenta, por óbito dos pais da primeira outorgante mulher, Joaquim José Teixeira e Catarina Rita, casados que foram sob o regime da comunhão geral, e residentes que foram no Cerro do Enho, na dita freguesia de Castro Marim.Que o prédio identificado em m), lhes pertence, por o terem adquirido por compra verbal e nunca reduzida a escrito, feita em data imprecisa no ano de mil novecentos e oitenta e cinco, a Ildefonso Fernandes Teixeira, solteiro, maior, residente que foi em Quinta do Valongo, na freguesia da Conceição, concelho de Tavira, já falecido.E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse dos referidos prédios, cuidando da sua manutenção, colhendo os seus frutos, pagando contribuições e impostos, enfim usufruindo-os no gozo pleno de todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justificantes adquiriram os referidos prédios por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, títulos extrajudiciais normais capazes de provar o seu direito.Está conforme o original. Castro Marim, aos 18 de Julho de 2011.

A Colaboradora, (Ana Rita Guerreiro Rodrigues)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/1, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 01.02.2011, no portal da Ordem dos

Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 40/07 Factura / Recibo n.º 2201

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Agosto 2011

NOTÁRIA Ângela Maria Guerreiro Relvas

CertificadoCertifico, para efeitos de publicação, nos termos do disposto no artigo cem, número um do Código do Notariado, que em trinta de Junho do ano de dois mil e onze, foi exarada neste Cartório Notarial de Olhão, na Rua Miguel Torga, Bloco Norte, loja um - B, no Livro número cento e três – A de notas para escrituras diversas, de folhas catorze a folhas dezasseis, uma escritura de Justificação, na qual, Carlos Augusto Caimoto Amaral Ludovico, natural da freguesia da Sé, con-celho de Faro e mulher, Olga Maria Teixeira Amaral Ludovico, natural da freguesia da Sé, concelho de Faro, casado sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes no Parque das Amoreiras, Edifício Sol, bloco 8/9-A, 2º B, freguesia da Sé, concelho de Faro, contribuintes fiscais números: 204 077 168 e 188 432 345.Declararam: Que são donos e legítimos possuidores, em comum e partes iguais, com exclusão de outrém, dos seguintes prédios: 1 - Urbano sito na Travessa Vasco Santana, freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, composto por terreno para construção, com a área de vinte e nove vírgula setenta metros quadrados,inscrito na respectiva matriz, em nome do justificante marido, sob o artigo 1.933, com o valor patrimonial tributável, igual ao atribuído, de quinhentos e setenta euros, confrontando a Norte e Poente com via Pública; a Sul com Vitorino Teixeira; a Nascente com João António Teixeira,não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim.2 - Urbano sito na Travessa Vasco Santana, freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, composto por terreno para construção, com a área de dezasseis vírgula setenta metros quadrados,inscrito na respectiva matriz, em nome do justificante marido, sob o artigo 1.934, com o valor patrimonial tributável, igual ao atribuído, de trezentos e vinte euros,confrontando a Norte e Nascente com via Pública; a Sul com Vitorino Teixeira; e a Poente com Etelvina Teixeira Domingos,não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim.3 - Urbano sito na Rua de São Pedro, número 14, freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, composto por edifício destinado a habitação com um piso e duas divisões, com a área de quarenta e seis vírgula trinta e dois metros quadrados,inscrito na respectiva matriz, em nome do justificante marido, sob o artigo 1.930, com o valor patrimonial tributável, igual ao atribuído, de cinco mil duzentos e trinta euros,não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim.4 - Urbano sito na Rua de São Pedro, número 12, freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, composto por edifício destinado a habitação com um piso e duas divisões, com a área de quarenta e nove vírgula oitenta metros quadrados;inscrito na respectiva matriz, em nome do justificante marido, sob o artigo 1.929, com o valor patrimonial tributável, igual ao atribuído, de cinco mil seiscentos e trinta euros,não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim.Que adquiriram estes prédios, em regime de compropriedade, em data que não sabem precisar do ano de mil novecentos e noventa, no estado de sol-teiros, maiores, por compra meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública feita a Manuel Teixeira, solteiro, maior, residente que foi no Sitio de Vaqueiros, freguesia de Vaqueiro, concelho de Alcoutim.Que desde aquela data, portanto há mais de vinte anos, possuem os ditos prédios em nome próprio, em comum e partes iguais, sem a menor oposição de quem quer que fosse desde o seu início, posse que exerceram sem interrupção e ostensivamente, com conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pública, pacífica e contínua, tratando da manutenção e conservação dos prédios, pagando as respectivas contribuições e impostos, pelo que os adquiriram por usucapião. Está conforme o original. Cartório Notarial de Olhão, a Cargo da Notária Ângela Maria Guerreiro Relvas, aos trinta de Junho do ano dois mil e onze.

A Notária, (Ângela Maria Guerreiro Relvas)

Conta registada sob o nº. 663/2011

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Agosto 2011

Cartório Notarial de Algés de Margarita Palma

CERTIFICO,PARA EFEITOS DE PUBLICAÇÃO:

Que neste Cartório de Algés, da Notária Margarita de Melo Fernández Rodrigues Palma, sito na Av. dos Bombeiros Voluntários de Algés, número trinta e um loja direita, por escritura de Justificação, outorgada aos vinte e oito de Junho de dois mil e onze e lavrada a folhas 57 a 59, do Livro de Notas nº 21, foi por JOSÉ ANTÓNIO GOMES MARTINS, divorciado, natural da freguesia do Campo Grande, concelho de Lisboa, NIF135.369.568, residente na Av. Aljubarrota, número quarenta e dois, segundo andar direito, freguesia de Venteira, concelho de Amadora, justificado o seguinte:

Que é dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem, de um prédio urbano, sito no Lugar de Alcaria Cova de Cima, freguesia do Pereiro, con-celho de Alcoutim, composto por edifício térreo, destinado a arrecadações e arrumos, com duas divisões e dois anexos, com a área total de cento e quarenta e cinco vírgula sessenta e nove metros quadrados, sendo a área coberta de setenta e dois vírgula vinte e seis metros quadrados e a área descoberta de setenta e três vírgula quarenta e três metros quadrados, a confrontar a Norte com via pública, a Sul e a nascente com João Afonso Cavaco, a poente com herdeiros de Manuel Diogo e Ivete Pereira Gomes.

Que o referido prédio está omisso na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim e inscrito na matriz da freguesia do Pereiro, sob o artigo 916, com o valor patrimonial de €3.130,00.

Que o referido imóvel, cujo direito justifica, lhe ficou a pertencer por doação verbal que lhe foi feita, no ano de mil novecentos e oitenta e cinco, há mais de vinte anos, ainda o ora outorgante solteiro, maior, por sua avó Claudina Gomes, viúva, residente que foi em Monte Alcaria Cova de Cima, freguesia do Pereiro, concelho de Alcoutim, actualmente já falecida, não tendo porém realizado qualquer escritura pública, que lhe permita dispor de documento necessário para proceder ao registo do imóvel a seu favor na respectiva Conservatória do Registo Predial.

Que, em consequência da doação que lhe foi feita, o justificante José António Gomes Martins, entrou na posse e fruição do mencionado prédio, mantendo-o, conservando-o, aproveitando as suas utilidades, tendo esta posse sido exercida sem interrupção, de forma pública, pacífica e ostensi-va, à vista de toda a gente, sem violência ou oposição de quem quer que seja, comportando-se de forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, tendo pago sempre as contribuições devidas, extraindo todas as utilidades, pelo que adquiriu o imóvel por usucapião.

Que adquiriu o imóvel no estado de solteiro e exerceu a posse do mesmo como bem próprio, sem qualquer interrupção, de forma ostensiva, correspondente ao exercício do direito de propriedade.

- Que assim a posse pública, pacífica, contínua, e em nome próprio do citado prédio desde o referido ano de mil novecentos e oitenta e cinco, por conseguinte exercida há mais de vinte anos, conduziu à aquisição do referido prédio por usucapião, que invoca, para justificar o seu direito de propriedade, para fins de registo.

Algés, 28 de Junho de 2011.A Notária

(Margarita de Melo Fernández Rodrigues Palma)Conta registada sob o n.º1246/2

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Agosto 2011

CARTÓRIO NOTARIAL DAS CALDAS DA RAINHAA cargo da Notária Lic. Carla Sofia Farinha Serra

CERTIFICO, para efeitos de publicação, que por escritura de hoje, lavrada a folhas setenta e um e seguintes, do Livro nº 127 – A, deste cartório Cintia Azoni dos Santos, solteira, maior, natural da freguesia de Coimbra (Sé Nova) concelho de Coimbra, residente na Rua D. João de Portugal, nº 29, r/c Drto., Almada, se declarou dona e legítima possuidora com exclusão de outrem, do seguinte:

PRÉDIO URBANO, composto por rés do chão amplo para estacionamento coberto e fechado, com a área coberta e total de vinte e nove vírgula noventa e cinco metros quadrados, a confrontar de Norte e sul com José Henriques, de Nascente com via pública e de Poente COM José António Rodrigues, sito em Castelhanos, freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim, inscrito na matriz sob o artigo 2.570, com o valor patrimonial tributário e atribuído de € 2.253,30.

Que recebeu por doação verbal o referido prédio em mil novecentos e noventa, doação que lhe foi feita, por Valdemar Silveira de Abreu, divorciado, residente em Castelhanos, Martim Longo, Alcoutim.

Que, assim, vem possuindo esse prédio como seu, há mais de vinte anos, como proprietária e na convicção de o ser, cuidando-o e utilizando-o para estacionamento de ciclomotores (scooter) e de veículos automóveis, para guardar objectos, fazendo nele pequenas obras de conservação e reparações, pagando as suas contribuições e impostos, posse que vem exercendo ininter-rupta e ostensivamente, com conhecimento de toda a gente e sem oposição de quem quer que seja, assim de modo pacífico, contínuo, público e de boa fé, pelo que adquiriu por usucapião a propriedade sobre o mesmo.

Que dada a forma de aquisição originária não tem documentos que a comprovem.

Que para suprir tal título vem pela presente escritura, prestar estas declara-ções de justificação com o fim de obter no registo predial a primeira inscrição de aquisição do indicado prédio.

Está conforme o original.Caldas da Rainha, vinte e cinco de Maio de dois mil e onze.

A funcionária autorizada, com poderes delegados com o número de inscrição 280/2,

(Nélia Carla Rodrigues dos Santos Branco)Autorizada, nos termos do artigo 8º do Estatuto do Notarado e da Portaria

nº55/2011 de 28 de Janeiro, pela Notária Carla Sofia Farinha Serra, desde 31/01/2011 conforme publicitado nessa data no site www.notarios.pt

Conta registada sob o nº 1757/2 de que foi emitido recibo.

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Agosto 2011

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2011 | 23

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CARTÓRIO NOTARIAL DE OLHÃORua Patrão Joaquim Casaca, lote 1, r/c,

Notário Lic. António Jorge Miquelino da Silva

Certifico narrativamente para efeito de publicação que por escritura de 22 de Junho de 2011, exarada a folhas 127 do livro de notas deste Cartó-rio número 81-A, MANUEL JOAQUIM GONÇALVES e mulher GUIDA MARIA GASPAR DA PALMA GONÇALVES, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, ele natural da freguesia de Vaqueiros, ela natural da freguesia de Martinlongo, ambas do concelho de Alcoutim, residentes em Mar e Guerra, Cx. Postal 208-Z, freguesia de São Pedro, concelho de Faro, contribuintes fiscais números 159 946 000 e 181 894 700, declaram-se são donos e legí-timos possuidores, com exclusão de outrém, dos seguintes prédios rústicos, todos da freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, inscritos na matriz em nome do ante-possuidor Manuel Joaquim e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim:

Verba Um Prédio sito em Volta da Figueira, composto por cultura arvense, oliveiras,

mato e leitos de curso de água, com a área de cinco mil e oitocentos metros quadrados, a confrontar do Norte e do Poente com José Rodrigues, do Sul com Herdeiros de Manuel Joaquim e outro, do Nascente com Ribeira, inscrito na matriz sob o artigo 2 secção 006, com o valor patrimonial tributável de cento e sessenta e dois euros e oitenta e quatro cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba Dois Prédio sito em Volta da Figueira, composto por cultura arvense e olivei-

ras, com a área de quatro mil quinhentos e sessenta metros quadrados, a confrontar do Norte com Herdeiros de Manuel Joaquim e outro, do Sul e do Nascente com Joaquim Pereira e do Poente com José Rodrigues, inscrito na matriz sob o artigo 3 secção 006, com o valor patrimonial tributável de cento e três euros e doze cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba TrêsPrédio sito em Garcia, composto por cultura arvense, amendoeiras, oliveiras,

horta, vinha e leitos de curso de água, com a área de cinco mil quatrocentos e quarenta metros quadrados, a confrontar do Norte e do Nascente com Barranco do Garcia, do Sul com Olímpio Gonçalves, e do Poente com Estado Português, inscrito na matriz sob o artigo 31 secção 007, com o valor pa-trimonial tributável de duzentos e um euros e sessenta e seis cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba QuatroPrédio sito em Peguinho, composto por olival e cultura arvense, com a

área de duzentos e vinte metros quadrados, a confrontar do Norte com José Joaquim, do Sul com Manuel Joaquim, do Nascente com linha de água e do Poente com Alberto Cavaco, inscrito na matriz sob o artigo 83 secção 008, com o valor patrimonial tributável de oito euros e oitenta e três cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba CincoPrédio sito em Peguinho, composto por amendoal e cultura arvense, com

a área de mil novecentos e sessenta metros quadrados, a confrontar do Norte, do Sul e do Poente com José Manuel Teixeira e do Nascente com João Marta Teixeira, inscrito na matriz sob o artigo 103 secção 008, com o valor patrimonial tributável de cento e dezoito euros e setenta e dois cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba SeisPrédio sito em Cerro do Centeio, composto por cultura arvense, com a área

de cinco mil quatrocentos e quarenta metros quadrados, a confrontar do Norte e do Poente com Fernando Manuel Joaquim, do Sul com Cláudino Joaquim Heitor e outro e do Nascente com linha de água, inscrito na matriz sob o artigo 120 secção 008, com o valor patrimonial tributável de setenta e oito euros e cinquenta e sete cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba SetePrédio no sítio da Figueira, composto por cultura arvense, oliveiras e leito

de curso de água, com a área de mil seiscentos e oitenta metros quadrados, a confrontar do Norte com Manuel Francisco e outro, do Sul com Olímpio Gon-çalves e Barranco, do Nascente e do Poente com Barranco, inscrito na matriz sob o artigo 109 secção 008, com o valor patrimonial tributável de vinte e quatro euros e setenta e três cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba OitoPrédio sito em Peguinho, composto por cultura arvense e oliveiras, com a

área de quinhentos e oitenta metros quadrados, a confrontar do Norte com Manuel Joaquim, do Sul com via pública, do Nascente com linha de água e do Poente com Alberto Cavaco, inscrito na matriz sob o artigo 84 secção 008, com o valor patrimonial tributável de noventa e nove euros e vinte e três cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba NovePrédio sito em Cerca do Vale, composto por amendoeiras, cultura arvense

e oliveiras, com a área de seiscentos e quarenta metros quadrados, a con-frontar do Norte e do Poente com Custódia Inácia, do Sul com caminho e do Nascente com Maria Teixeira, inscrito na matriz sob o artigo 73 secção 008, com o valor patrimonial tributável de trinta e cinco euros e sessenta e sete cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba DezPrédio sito em Peguinho, composto por cultura arvense, oliveiras, amen-

doeiras e horta, com a área de mil trezentos e vinte metros quadrados, a confrontar do Norte com Francisco Vicente, do Sul com Cláudino Horta e outro, do Nascente com Maria José Vaz e outros e do Poente com Manuel Vicente Horta e outros, inscrito na matriz sob o artigo 89 secção 008, com o valor patrimonial tributável de setenta e um euros e trinta e três cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba OnzePrédio sito em Peguinho, composto por cultura arvense, amendoeiras e

oliveiras, com a área de oitocentos e quarenta metros quadrados, a confrontar do Norte e do Nascente com Manuel Vicente Horta e outro, e do Sul e do Poente com Avelino Colaço e outros, inscrito na matriz sob o artigo 87 secção 008, com o valor patrimonial tributável de noventa e nove euros e sete cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba DozePrédio sito em Soalheira, composto por amendoeiras e mato, com a área

de oitenta metros quadrados, a confrontar do Norte com José Manuel Teixeira, do Sul com Francisco Martins, do Nascente com Maria José Vaz e do Poente com José Cavaco Jacob, inscrito na matriz sob o artigo 94 secção 008, com o valor patrimonial tributável de catorze euros e oitenta e três cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba TrezePrédio sito em Vale da Zorra, composto por cultura arvense e mato, com

a área de onze mil novecentos e vinte metros quadrados, a confrontar do Norte com Herdeiros de Manuel Joaquim e outros, do Sul com Manuel João Guerreiro e outros, do Nascente com Arminda Assunção Afonso e outros, e do Poente com José Joaquim e outros, inscrito na matriz sob o artigo 93 secção 025, com o valor patrimonial tributável de cento e cinquenta e dois euros e noventa e um cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba CatorzePrédio sito em Vale da Zorra, composto por cultura arvense, com a área de

três mil trezentos e sessenta metros quadrados, a confrontar do Norte com Manuel José Gonçalves e outros, do Sul com Avelino Colaço, do Nascente com Manuel Joaquim e do Poente com Manuel Jerónimo, inscrito na matriz sob o artigo 111 secção 025, com o valor patrimonial tributável de quarenta e oito euros e cinquenta e cinco cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba QuinzePrédio sito em Vale da Zorra, composto por cultura arvense, com a área de

vinte e seis mil setecentos e vinte metros quadrados, a confrontar do Norte com Manuel José Gonçalves e outros, do Sul com Francisco Manuel e outros, do Nascente com Manuel Francisco Ferreira e do Poente com Avelino Colaço e outros, inscrito na matriz sob o artigo 112 secção 025, com o valor patri

monial tributável de trezentos e oitenta e sete euros e vinte e dois cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba DezasseisPrédio sito em Vale da Zorra, composto por cultura arvense, com a área

de seis mil quinhentos e sessenta metros quadrados, a confrontar do Norte com Avelino Colaço, do Sul com Francisco Manuel e outros, do Nascente com Manuel Joaquim e do Poente com Manuel Jerónimo e outros, inscrito na matriz sob o artigo 109 secção 025, com o valor patrimonial tributável de noventa e cinco euros, a que atribuem igual valor;

Verba DezassetePrédio sito em Fonte do Cão, composto por cultura arvense, citrinos e

vinha, com a área de quinhentos metros quadrados, a confrontar do Norte com Francisco Vicente, do Sul com Cláudino Horta, do Nascente com Francisco Vicente e outros e do Poente com linha de água, inscrito na matriz sob o artigo 2 secção 026, com o valor patrimonial tributável de trinta e cinco euros e trinta e um cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba DezoitoPrédio sito em Fonte do Leão, composto por citrinos, horta, cultura arvense

e amendoal, com a área de seiscentos e oitenta metros quadrados, a con-frontar do Norte com Cláudino Horta e outros, do Sul com Valentim Afonso, do Nascente e do Poente com linha de água, inscrito na matriz sob o artigo 6 secção 026, com o valor patrimonial tributável de cinquenta e nove euros e cinquenta e um cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba DezanovePrédio sito em Volta, composto por cultura arvense, oliveiras e leito de

curso de água, com a área de oitocentos e oitenta metros quadrados, a con-frontar do Norte e do Nascente com Barranco, do Sul e do Poente com José Teresa, inscrito na matriz sob o artigo 27 secção 041, com o valor patrimonial tributável de cento e setenta e nove euros e noventa e quatro cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba VintePrédio sito em Vale da Alagoa, composto por horta, com a área de oitenta

metros quadrados, a confrontar do Norte e Nascente com via pública, do Sul com Felismina Maria e do Poente com Manuel Jerónimo, inscrito na matriz sob o artigo 94 secção 042, com o valor patrimonial tributável de dez euros e sessenta cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba Vinte e umPrédio sito em Vale das Pedras, composto por mato, cultura arvense e

leito de curso de água, com a área de quatro mil quinhentos e vinte me-tros quadrados, a confrontar do Norte com Manuel Jerónimo, do Sul com Graciete Fernandes, do Nascente com Manuel António Rosa e do Poente com Barranco, inscrito na matriz sob o artigo 70 secção 042, com o valor patrimonial tributável de quarenta e três euros e setenta e nove cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba Vinte e doisPrédio sito em Compremisso, composto por cultura arvense, com a área

de duzentos metros quadrados, a confrontar do Norte com via pública, do Sul e do Nascente com Manuel Joaquim e do Poente com António Luís Guer-reiro Marques, inscrito na matriz sob o artigo 155 secção 042, com o valor patrimonial tributável de sete euros e cinquenta e nove cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba Vinte e trêsPrédio sito em Cerca das Oliveiras, composto por horta e oliveiras, com a área

de cento e sessenta metros quadrados, a confrontar do Norte e do Nascente com via pública, do Sul com o próprio e do Poente com José Miguel, inscrito na matriz sob o artigo 126 secção 042, com o valor patrimonial tributável de trinta e três euros e três cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba Vinte e quatroPrédio sito em Compremisso, composto por cultura arvense, com a área

de duzentos metros quadrados, a confrontar do Norte com via pública, do Sul e do Poente com Manuel Joaquim e do Nascente com Maria do Rosário Alves, inscrito na matriz sob o artigo 156 secção 042, com o valor patrimonial tributável de sete euros e cinquenta e nove cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba Vinte e cincoPrédio sito em Vale da Alagoa, composto por cultura arvense, com a área

de quatrocentos e oitenta metros quadrados, a confrontar do Norte e do Nascente com Manuel Joaquim, do Sul com José Joaquim e do Poente com José Joaquim e outros, inscrito na matriz sob o artigo 80 secção 042, com o valor patrimonial tributável de dezoito euros e cinquenta e três cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba Vinte e seisPrédio sito em Palheirinhos, composto por cultura arvense, com a área de

vinte e dois mil novecentos e vinte metros quadrados, a confrontar do Norte com Maria Adelaide Teixeira e outros, do Sul com Estrada Municipal 505 e outros, do Nascente com Avelino Colaço e outros e do Poente com José Joaquim e outros, inscrito na matriz sob o artigo 73 secção 042, com o valor patrimonial tributável de trezentos e sessenta e quatro euros e noventa e sete cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba Vinte e setePrédio sito em Vale da Alagoa, composto por cultura arvense, alfarrobei-

ras e amendoeiras, com a área de dois mil novecentos e sessenta metros quadrados, a confrontar do Norte com Manuel Joaquim e outros, do Sul com Manuel Jerónimo, do Nascente com Manuel Jerónimo e outros e do Poente com Avelino Colaço e outros, inscrito na matriz sob o artigo 78 secção 042, com o valor patrimonial tributável de duzentos e trinta e dois euros e cinquenta e quatro cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba Vinte e oitoPrédio sito em Pedras Brancas, composto por cultura arvense, oliveiras,

mato e leito de curso de água, com a área de dois mil novecentos e sessenta metros quadrados, a confrontar do Norte com Tomás Rosa, do Sul com Manuel Jerónimo, do Nascente com José Joaquim e do Poente com Barranco, inscrito na matriz sob o artigo 342 secção 042, com o valor patrimonial tributável de setenta e nove euros e oitenta e um cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba Vinte e novePrédio sito em Cerca da Burra, composto por cultura arvense e oliveiras, com

a área de quatrocentos e quarenta metros quadrados, a confrontar do Norte com Manuel António Ferreiro, do Sul com Gracinda Francisca, do Nascente com Manuel José e do Poente com Caminho, inscrito na matriz sob o artigo 103 secção 042, com o valor patrimonial tributável de vinte e nove euros e treze cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba TrintaPrédio sito em Cerca das Oliveiras, composto por cultura arvense, com

a área de duzentos e oitenta metros quadrados, a confrontar do Norte com via pública e o próprio, do Sul com José Joaquim Ferreira e do Nascente e do Poente com via pública, inscrito na matriz sob o artigo 129 secção 042, com o valor patrimonial tributável de dez euros e setenta e oito cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba Trinta e umPrédio sito em Vale da Alagoa, composto por citrinos e horta, com a área

de cento e sessenta metros quadrados, a confrontar do Norte e do Poente com Mariana Isabel, do Sul com Manuel Jerónimo e do Nascente com via pública, inscrito na matriz sob o artigo 96 secção 042, com o valor patri-monial tributável de trinta e sete euros e sessenta e um cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba Trinta e doisPrédio sito em Cerro do Arroz, composto por cultura arvense, com a área

de mil duzentos e quarenta metros quadrados, a confrontar do Norte e do Poente com Estrada Municipal 505, do Sul com José Teresa e do Nascente com Gracinda Francisca, inscrito na matriz sob o artigo 248 secção 042, com o valor patrimonial tributável de dezassete euros e oitenta e quatro cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba Trinta e trêsPrédio sito em Vale da Alagoa, composto por cultura arvense e alfarrobeiras,

com a área de três mil e oitenta metros quadrados, a confrontar do Norte e do Sul com Manuel Joaquim, do Nascente com caminho outros e do Poente

com Avelino Colaço e outros, inscrito na matriz sob o artigo 81 secção 042, com o valor patrimonial tributável de duzentos e noventa e

três euros e onze cêntimos, a que atribuem igual valor;Verba Trinta e quatro

Prédio sito em Vale da Eira, composto por cultura arvense, com a área de cinco mil e seiscentos metros quadrados, a confrontar do Norte e do Nascente com caminho, do Sul com Manuel Joaquim e outros e do Poente com caminho e Manuel Joaquim, inscrito na matriz sob o artigo 82 secção 042, com o valor patrimonial tributável de cento e cinquenta e um euros e sessenta e sete cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba Trinta e cincoPrédio sito em Cerca das Oliveiras, composto por horta, com a área de cento

e sessenta metros quadrados, a confrontar do Norte e do Sul com o próprio, do Nascente com via pública e do Poente com Isaura Gomes e o próprio, inscrito na matriz sob o artigo 127 secção 042, com o valor patrimonial tributável de vinte e um euros e trinta e seis cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba Trinta e seisPrédio sito em Vale da Alagoa, composto por horta e cultura arvense, com

a área de novecentos e vinte metros quadrados, a confrontar do Norte e do Nascente com via pública, do Sul com o próprio e do Poente com o próprio e outros, inscrito na matriz sob o artigo 97 secção 042, com o valor patrimo-nial tributável de quarenta e seis euros e sessenta e dois cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba Trinta e setePrédio sito em Vale Barbío, composto por amendoeiras, citrinos, figueiras,

horta, oliveiras e cultura arvense, com a área de dezassete mil trezentos e sessenta metros quadrados, a confrontar do Norte com Vitorino Guerreiro Gonçalves, do Sul e do Nascente com José Francisco Ferreiro e do Poente com Avelino Colaço e outros, inscrito na matriz sob o artigo 44 secção 043, com o valor patrimonial tributável de quinhentos e oito euros e dezoito cêntimos, a que atribuem igual valor;

Verba Trinta e oitoPrédio sito em Cerro do Ouro, composto por amendoal, com a área de

mil duzentos e quarenta metros quadrados, a confrontar do Norte com Ar-minda da Assunção Afonso e outros, do Sul com Avelino Colaço e outros, do Nascente com Manuel Francisco Ferreiro e do Poente com Arminda da Assunção Colaço, inscrito na matriz sob o artigo 39 secção 050, com o valor patrimonial tributável de noventa e dois euros e cinquenta e dois cêntimos, a que atribuem igual valor.

Que entraram na posse dos referidos prédios, já no estado de casados, por doação meramente verbal e nunca reduzida a escritura, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e seis, feita pelos seus, respectivamente, pais e sogros, Manuel Joaquim e mulher Hermínia Joaquina, que também usava e era conhecida por Hermínia Gonçalves e Irmina Gonçalves, casados sob o regime da comunhão geral, residentes em Zambujal, freguesia de Vaquei-ros, concelho de Alcoutim, ele já falecido; e que sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado eles, justificantes, na posse dos mencionados prédios, amanhando as terras, cui-dando das árvores e colhendo os frutos, pagando contribuições e impostos, enfim usufruindo de todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorarem lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que adquiriram os mencionados prédios por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito.

Está conforme:Cartório Notarial de Olhão sito na Rua Patrão Joaquim Casaca, lote 1,

r/c, aos 22 de Junho de 2011.

Por delegação do Notário, artº 8/2 DL 26/2004, de 04/02,A Colaboradora autorizada aos 01.02.2011

Natália Estêvão Gonçalves Cachaço Rocha – ON nº 222/2

Conta registada sob o nº 1240/2011

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Agosto 2011

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃONos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia dezoito

de Julho de dois mil e onze foi lavrada neste Cartório, de folhas sessenta e três a folhas sessenta e quatro verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Dezasseis - A, uma escritura de justificação, na qual compareceu:

Maria Alice Anacleto, divorciada, natural da freguesia de Azinhal, concelho de Castro Marim, residente na Rua D. Francisco Gomes, 37 A, rés-do-chão Esquerdo, em Vila Real de Santo António, contribuinte fiscal número 182 734 650, e pela outorgante foi dito ser dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, do prédio rústico sito em Choças, na freguesia de Azinhal, concelho de Castro Marim, e não descrito na Conservatória do Registo Predial deste concelho, composto por leitos de curso de água e vinha, com a área de trezentos e noventa metros quadrados, a confrontar a Norte e Sul com caminho, a Nascente com Mário dos Santos Madeira e a Poente com Beatriz Rodrigues Palma, inscrito na matriz sob o artigo 30, secção AB, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de IMT e de Imposto do Selo, de sessenta e quatro euros e cinquenta e seis cêntimos, igual ao atribuído.

Que o referido prédio lhe pertence, por o ter adquirido por compra verbal e nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e cinquenta e quatro, ainda no estado de solteira, feita à sua avó paterna Maria José Anastácio, solteira, maior, residente que foi na aldeia e freguesia de Azinhal, concelho de Castro Marim, já falecida.

E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, tem estado a justificante na posse do referido prédio, cuidando da sua manutenção, arando suas terras, colhendo os seus frutos, pagando contribui-ções e impostos, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que a justificante adquiriu o referido prédio por usuca-pião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, títulos extrajudiciais normais capazes de provar o seu direito.

Está conforme o original. Castro Marim, aos 18 de Julho de 2011.

A Colaboradora, (Ana Rita Guerreiro Rodrigues)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/1, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 01.02.2011, no portal da Ordem dos

Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 37/07 Factura / Recibo n.º 2199

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Agosto 2011

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24 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |AGOSTO 2011

PASSATEMPOS

1) Portugal 2) França 3) Sudão do Sul 4) Mónaco 5) Andorra

6) Itália7) Grécia8) Suíça9) Timor10) Cabo Verde11) Angola12) Moçambique13) Brasil14) São Tomé e Príncipe

Quadratim - n.º86

Auto

r: Jo

ão R

aim

undo

Jogo da Paciência n.º 92

“PAÍSES”Portugal está em crise? Não. Os políticos é que estão em crise de governação, de decisões acertadas na estimula-ção de emprego, na manutenção de empresas, etc. Os portugueses estão em dificuldade devido a essa crise.O povo sofre todas as consequências da austeridade imposta pelos políticos que foram eleitos para bem governar e não para vender património luso.

Pelo caminho correcto do Quadratim, tente, se conse-guir, POUPAR/INVESTIR!

Os lanches são uma das regras fun-

damentais na alimentação. No verão, e porque a temperatura o exige, é importante ter cuidados reforçados nessas refeições. Consuma alimentos sempre frescos e devidamente acondicionados numa caixa, ou saco térmico, que deve manter-se à sombra. A fruta, em particular, deve ser devi-damente lavada ou cortada, maçãs, melancia para hidratar, melão, etc. A fruta hidrata, ajuda a proteger a pele do sol e promove um bron-zeado mais saudável. Opte por cenouras cruas, iogurtes, pães de vários cereais com queijo ou fiambre e vegetais (tomate, alface, milho, rúcula, cenoura ripada…). Evite alimentos sensíveis ao calor como os ovos, maionese e queijo fresco. Os produtos de pastelaria (ex: bolas de Berlim), promovem muita sede, pois têm açúcar e são ricos em calorias; lembre-se que as bolas de berlim são fritas, o que não contribuem para a linha. Beba no mínimo 2 litros de água por dia. Hidrata o corpo, ajuda na eliminação de toxinas pelos rins e auxilia no tratamento da celulite. Seja diferente, seja saudável!

Lanches na Praia

´ ´

Soluções Jogo da Paciência - n.º91

Ana Brásdietista

u m a s l i n h a s p a r a a a l m a . . .

15) Guiné-Bissau16) Letónia17) Suécia18) Peru19) México20) Líbia

A GUADI – Centro de Recolha de Animais, na sua missão de defender os direitos dos animais e promover o seu bem estar, apela ao exercí-cio de uma cidadania mais responsável e participativa, através de :

1ª Campanha de Recolha de Alimentação para Animais

A GUADI agradece a todos os que colabora-ram na Campanha de Recolha de Alimentos para Cães e Gatos abandonados do concelho de VRSA, que decorreu no fim-de-semana de 2 e 3 de Julho no Lidl de VRSA, nomeada-mente ao Lidl e à equipa da loja de VRSA, aos voluntários e em especial aos doadores.

O resultado excedeu as expectativas, tendo sido angariados 2.281 kg de alimentação, 280 kg de areia para gato e 52 litros de produtos de limpeza.

São acções como esta que provam a existên-cia de bondade no ser humano.

Um especial agradecimento à população de VRSA!

GUADI Centro de Animais Rua D. Pedro V, Nº 38 – 2º andar 8900 – 283

Vila Real de Santo António Contribuinte Nº 507 534 328

Contactos: 964773101 e [email protected]

É comum a adesão a pacotes deste tipo de serviços implicar um período de fidelização, o que significa que alguns destes contratos têm uma duração mínima e obrigam o consumidor a pagar uma indemnização, caso este decida cancelá-los antes de decorrido esse limite temporal.

A duração do período de fidelização e o valor da indemnização dependem do acordo celebrado entre o operador e o consumidor e devem estar indicados no contrato.

No entanto, para contratos celebrados após 30 de Agosto de 2010, este período não pode ser superior a 24 meses.

Assim, antes de cancelar o contrato, o consumidor deve contactar o operador para saber:

• se o contrato tem uma duração mínima (período de fidelização) e quanto terá de pagar se quiser cancelá-lo antecipadamente;

• com que antecedência tem de comunicar ao operador que pretende cancelar o contrato e como deve fazê-lo;

• se deve devolver ao operador algum equipamento e como, onde e em que prazo deve fazê-lo.

Por outro lado, o consumidor tem também alguns direitos aquando do cancelamento do serviço, por exemplo, deve verifi-car no contrato se o operador é obrigado a repor as condições que existiam antes de o serviço ter sido instalado.

Se for o caso, o consumidor pode exigir que, uma vez cancelado o serviço, o operador ligue o seu televisor à antena do edifício de modo a ver os quatro canais nacionais.

Para além disso, se o operador garantir um prazo máximo para desactivar o serviço, depois de recebido o pedido de cancelamento, e não o cumprir, o consumidor tem direito a uma indemnização. Em caso de incumprimento, esta deve ser solicitada directamente ao operador.

Caso o operador se recuse a pagar, o consumidor pode apresentar uma reclamação junto da entidade fiscalizadora, a ANACOM ou de uma associação para defesa dos direitos dos consumidores.

a DECO informa

a GUADI apela

Susana Correiajurista

“Quis cancelar os serviços de televisão, telefone e internet, mas o operador disse-me que não podia porque o período de fidelização só terminava no final do ano. O que é o período de fidelização?”

Adopção NIB da Guadi para donativos - 0035 0234 0000 6692

1300 2 Caixa Geral Depósitos

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2011 | 25

COLABORADORES

Alcoutim terra amadaPelos seus filhos adoradaCom valor alma e brioVai crescendo alegrementeAssim o diz toda a genteO seu espelho é o rio

À beira do GuadianaA sua imagem não enganaO turista pode verUm Castelo muito afamadoLindas igrejas de chão sagradoNinguém as pode esquecer

O seu pinheiro sombrioA brisa fresca do RioQue muito atrai o turismoQuem Alcoutim visitarÉ certo vai voltarVê um povo com civismo

Sou do Concelho e FreguesiaSentindo essa alegriaA dizer sou o primeiroAlcoutim quero abraçarE depois vou almoçarAo restaurante O Soeiro.

A vida do ser humanoTem algumas complicaçõesCom diversas opiniõesVariam conforme o fulanoMuitas com certo enganoDiferem nas maneiras de verDifíceis de entenderAlgumas sem terem jeitoE não vêem esse defeitoO mundo só pode ser

Sempre se devia auxiliarA quem não for capazSem olhar a quem o fazAo pobrezinho ajudarEm tudo o facilitarTodos olharem por siIsso já eu percebiTudo mudava de figuraAuxiliar qualquer criaturaMelhor que até aqui

Bem melhor andava o mundoSe não houvesse a invejaMas sim mais purezaE muito amor profundoMesmo com o vagabundoE se ele bem entenderUm dia vai perceberQue o seu modo vadioDeixava de ser doentioQuando consigas fazer

Podia bem acabarA palavra maldadeMas a sinceridadeEssa devia aumentarTodo o povo a aplicarE guiar-se por aíHá muito tempo que viQue em casa muito temDevia dividir por alguémMais pelos outros que por ti.

Vitorino da Palma Cavaco

Já lá vai o caçadorNo ombro leva a espingardaVai matar os coelhinhosE leva seu cão de guarda

Longas veredas percorridasAssim vão batendo o matoOs cães vão farejandoSaltam serros e regatos

Não há buraco escondidoQue o cão não vá cheirarO coelho faz-se mortoPensando o cão enganar

Em grupos os caçadoresFazem suas caçadasApanham perdizes e coelhosE fazem uma almoçarada

Por fim até se discuteO que mais caça apanhouContente com sua maldadeDos bichos que ele matou

Pobrezinhos InofensivosSem praticarem o malSão mortos e são comidosPelo luxo racional.

Natália Palma

Anda o silêncio em mim, a querer cantar Rimas esquecidas, velhas sinfoniasRasgando mais a ferida por sarar Nos versos de uma estranha melodia.

Se em mim vibra desperto um coraçãoOnde mora o sonho, o dom da vidaNão quero ser mais letra sem cançãoNem verso triste, nem rima perdida!

Que o meu silêncio cante o amor sincero Que esqueça essa ilusão de um só momentoQue te diga a sorrir: -Já não te quero-Não és canção nem rima: és esquecimento!

Maria Felicidade Viegas

Quando alguém sai de Lisboa Não vê só pontes e portagens Vê muita coisa boa Se desfrutar das paisagens

Atravesso o rio Tejo Rio que banha Lisboa E parto pelo Alentejo Como faz qualquer pessoa

Passo pelo rio Sado Dorme, no leito deitado Beija os pés aos arrozais Que verdejam por demais

O verde das azinheiras Do pinheiro bravo e manso É uma junção tão bela Que parece uma aguarela De olhar, não me canso

Vejo um campo de milho verde Com maçarocas, embandeirado Que também sacia a sede Nas águas do rio Sado

Mais a sul o Guadiana Para mim é especial Numa margem tem Espanha Noutra margem Portugal

Rio acima, rio abaixo Nadam barbos e achegãs Que quando caem no tacho Têm sempre muitos fãs

Para terminar a viagem Resta-me escrever assim: Vou espreitar a canoagem Na vila de Alcoutim Almoçar na serra Algarvia Que tem boa gastronomia

Anjos P.S

Terra Amada

A humanidade

O Caçador

Silenciosamente Viajando

Henrique Roberto

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DESPORTO

Baixo Guadiana sobre rodasRicardo foi «Mestre» no Troféu Joaquim Agostinho

Humberto Fernandescrónicas

para a primeira etapa pleno de força e confiança entrando ao ataque, o que culminou numa fuga bem sucedida, que o levou a cortar a linha de meta isolado, com mais de um minuto de vantagem sobre os seus perseguido-res. “Depois de termos ultrapassado a segunda contagem de montanha do dia senti-me bem e com condi-ções para atacar; saí do pelotão na hora certa, impondo um ritmo que não teve resposta dos adversários e no final consegui chegar à meta com uma vantagem considerável”, afir-mou Ricardo Mestre.

O filho das terras de Castro Marim, Ricardo Mestre, foi a principal figura da 34ª edição do Troféu Joaquim Agostinho, que se disputou no pas-sado mês de Julho na região de Torres Vedras.

Numa prova bastante selectiva e de carácter internacional, onde mar-caram presença diversas equipas estrangeiras, Ricardo Mestre partiu

Vestindo de amarelo logo na 1ª etapa, como líder da prova, o natu-ral da Cortelha só teve de marcar de perto os principais adversários nas restantes tiradas, para que estes não lhe roubassem tempo, e sagrar-se ven-cedor desta mítica prova portuguesa que homenageia o melhor ciclista português de sempre, Joaquim Agos-tinho. “Esta é uma vitória muito espe-cial por ser a prova que é e por ter um grande simbolismo. Dedico a vitória à minha filha e aos meus companheiros de equipa”, confessou no final.

A menos de um mês do principal

objectivo da época, a «Volta a Por-tugal», esta foi a última prov,a por etapas disputada antes da prova rainha do ciclismo nacional, tendo sido um óptimo teste para Ricardo Mestre que irá assumir os comandos da sua equipa, Tavira/Prio.

Na 73ª Volta a Portugal em bici-cleta, que se disputa entre os dias 4 e 15 de Agosto, para além de Ricardo Mestre, também estará presente o natural da Manta Rota, Samuel Cal-deira, da mesma equipa, e há a hipó-tese de Amaro Antunes, que reside na localidade das Hortas, em Vila Real de Santo António, e que repre-senta a equipa «LA Rota dos Móveis» ,também venha a fazer parte do pelotão de quase centena e meia de ciclistas que irão percorrer as estra-das do país na primeira quinzena do mês de Agosto.

Natação de Mar de regresso à Praia de Altura

«Fundación Realmadrid» abre escola sócio-desportiva em VRSA e Castro Marim

Integrada no XIX Circuito de Natação de Mar do Algarve, vai ter lugar no dia 14 de Agosto, na Praia da Alagoa - Altura, pelas 11h30, a 10ª. Prova de Natação de Mar «Vila de Castro Marim». O evento, que vai na 10ª. edição é organizado pelo Grupo Desportivo, Recreativo e Cultural «Leões do Sul Futebol Clube», de S. Bartolomeu do Sul. A prova tem início previsto para as 11h30 com partida em frente ao Eurotel Altura e chegada à zona de animação/Secretariado. É a única prova que

se realiza no Sotavento Algarvio.Na distância de 1200 metros, contempla a

competição onde só podem participar atletas federados e é integrada no circuito de Águas Abertas (prova oficial) e a de Divulgação, na distância de 800 metros para atletas Popu-lares.

As inscrições podem ser feitas até 5 dias antes da realização da prova, através de: telefone e Fax: 281 957 115 ou [email protected]. Esta prova é apoiada pela autarquia,

associações e empresas locais

«Leões Futebol Clube» desde 1976

Os Leões do Sul Futebol clube, fundado em 1976, foca a sua actividade no BTT, Natação de Mar e Patinagem, tendo uma Escola – Escola de Patinagem dos Leões do Sul- onde ministra cursos de aprendizagem no pavilhão municipal de Castro Marim.

De acordo com informações recentes, a que o Jornal do Baixo Guadiana teve acesso, antes da divulgação oficial, a abertura da escola sócio-des-portiva da fundação «Realmadrid» vai acontecer já em Outubro. Esta escola intermunicipal servirá um total de 120 alunos com idades entre os 6 e 12 anos que vão aprender a futebol e basque-tebol; as duas modalidades que esta fundação dispõe. As aulas, de 90 minutos cada, deverão ser ministradas com uma frequência bisemanal.

A sede vai ser o complexo desportivo de VRSA e as diversas actividades vão acontecer entre este espaço, o campo de futebol de Monte Gordo e o pavilhão municipal de Castro Marim.

O público-alvo desta escola vão ser “todos os alunos, de ambos os sexos, sendo que vai ser dada prioridade às crianças e jovens em exclusão social e, por isso mesmo, as inscrições vão ser gratuitas”, adiantou ao JBG fonte envolvida no projecto.

As pré-inscrições estão a decorrer e a selecção

dos 120 alunos vai ser feita no início do ano lectivo.

Como escola sócio-desportiva que é, dirigida para um público infanto-juvenil carenciado, o grande objectivo é a transmissão de valores para o melhor desenvolvimento psicossocial. Ou seja, praticar futebol e basquet e formar melhores cidadãos. “Não vamos pensar que esta escola servirá para detectar talentos para o conceituado clube Real Madrid porque não é”, alerta a mesma fonte, que sublinha que o carimbo da fundação de Florentino Perez “vem trazer toda uma dinâmica muito própria com provas dadas no mundo e que têm ajudado milhares de jovens e famílias carenciadas”.

A formação aos formadores locais vai acon-tecer em Setembro , com equipa de formação da fundação madrileña. Depois de concluída, a escola terá condições para ser inaugurada, sendo a primeira do género em Portugal.

Apoio financeiro de autarquias e associações

Esta escola sócio-desportiva vai contar com o apoio financeiro das câmaras municipais de VRSA e Castro Marim e das associações de desenvolvimento local Odiana e Associação Terras do Baixo Guadiana. Quando for assinado o Protocolo com a fundação «Realmadrid» vai ser conhecido o montante do investimento e as diversas comparticipações distribuídas entre as associações e os municípios.

Em Portugal vai ser a primeira escola da «Fundación ReALMAdrid», que tem espalhadas pelo mundo perto de uma centena de esco-las. Mais recentemente abriram duas destas escolas em Timor. Os cursos de formação de treinador vão ter lugar na última semana de Setembro e vão ministrados por profissionais do ReALMAdrid. Ficam os contactos desponí-veis para os interessados: câmara municipal de VRSA [281510000] e Associação Odiana [281531171].

A próxima escola «Realmadrid» vai ter sede em Vila Real de Santo António e dois pólos, em Castro Marim e Monte Gordo.Futebolândia

Olá! Sejam bem-vindos a mais uma «Futebolândia»! Estive a analisar os reforços dos três gran-des clubes de maneira exaustiva (qualquer coisa como cinco minu-tos), e cheguei à conclusão que o melhor reforço foi, sem margem de dúvida, a Nicoletta, mulher do Bojinov do Sporting; é de trocar os olhos a qualquer guarda-redes! Tem mais curvas que rotundas em Portugal e será difícil de marcar... Brincadeiras à parte, o Estádio de Alvalade vai estar lotado este ano, até os lugares atrás do placard electrónico, só para ver a búlgara; vai ser o «ver se te avias»; é o renascer do Leão!

Mudando de assunto, os jor-nalistas portugueses continuam a mudar os nomes de bap-tismo aos jogadores que vêm de Espanha. Então não é que o Capdevilla, reforço do Benfica, ficou a ser o Capdevila, qualquer coisa como cabo da vila (digo eu).Meus senhores é Capdevilla, dois «LL’’s» em Espanha equivalem a «LH» em Portugal, entenderam agora?

Com o mês de Agosto temos o regresso do campeonato portu-guês e das competições da nova temporada, ou seja, vamos con-tinuar a ver as burrices do Jorge Jesus, teimoso que nem uma porta a continuar a insistir em situações que só levam a derro-tas. Vamos ver o Pinto da Costa a lançar o Bobby e o Tareco contra o Luís Felipe Vieira; o Mourinho e o seu ego, mais alto que o Burj Dubai - o edifício mais alto do mundo; e o Yanick Djaló e a Flo-ribela a colocar nomes esquisitos aos filhos. Ou seja, vamos ter uma temporada bem animada.

Um abraço do tamanho do mundo e não levem o futebol muito a sério!

Eusébio Costa, radialista e licenciado em ciências da comunicação

[email protected]

crónica

Ricardo M. e familiares deslo-caram-se a Torres Vedras

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2011 | 27

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Ao utilizar o seu automóvel procure não andar com os vidros abertos quando transitar em velocidades superiores a 80 km/h, pois a acção proporciona menor arrasto aerodi-nâmico do veículo, diminuindo a velocidade. Procure também reduzir o uso do ar condicionado, ligando-o apenas nas horas mais quentes do dia. Quanto a cargas desnecessárias no interior do veículo: quanto maior o peso no interior, maior o con-sumo.

Nos meses de verão, Julho e Agosto, a vila histórica de Castro Marim apostou na animação nocturna na Colina do Revelim de Santo António. O património edificado e requalificado do concelho castromarinense é mote para diversificar as noites com animação, desde o mais tradicional folclore, fado e o flamenco até a ritmos de dança com a presença de DJ´s.

A organização é da câmara municipal de Castro Marim e a empresa municipal «NovBaesuris». O pano de fundo é a paisagem e o património, sendo que as actuações são ao ar-livre.

A iniciativa teve estreia no dia 16 de Julho com uma noite de fados com a fadista Sara Gonçalves. Dia 22 a noite começou pelas 22h com um espectáculo de música cubana pelo grupo «Contratiempo»; pela noite dentro foi a vez da danceteria com o Dj Christian F , sendo que a organização estima que cerca de duas mil presenças passaram naquele espaço. No último dia 30 de Julho voltou o fado à colina do Revelim de Santo António com a presença do grupo Al-Buhera com Raquel Peters. Nas próximas noites da época estival a presença dos Al Mouraria a 6 de Agosto, no dia 20 um espectáculo de flamenco com o grupo Chanela de Badajoz, Dj Nuno Dourado e o grupo Bubblebath.

A encerrar o cartaz turístico das «Noites do Revelim» e em plenos «Dias Medievais de Castro Marim» [14ª edição], vai ter lugar uma «Noite Medieval», com uma viagem na máquina do tempo.

Segundo a organização a iniciativa integra uma estratégia de valorização cultural e turística da vila que visa ser um factor de modernidade e afirmação de Castro Marim no contexto da oferta cultural do Algarve. José Estevens, autarca local, assegurou que as «Noites do Revelim» não são «concorrência desleal». “Trata-se sim de colmatar uma lacuna ao nível cultural e de animação no concelho, sendo que não existe outro espaço semelhante, nem qualquer intenção de privados nesse sentido”, frisou o edil.

Castro Marim aposta em animação nocturna

CartoonECOdica

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Estudo académico poderá revitalizar as salinas de Castro Marim; 80% destas estão votadas ao abandono.

Pelo território os mais novos estão ocupados com férias lúdico-pedagógicas. As iniciativas são das autarquias e a comunidade agradece.

Violentos atentados terroristas na Noruega, o que nos alerta para o facto do terrorismo não ter só uma origem geográfica, ou reflexo de uma só proveniência étnica ou religiosa.

«Noites do Revelim» estendem-se até final de Agosto com fado, flamenco e danceteria.

Sotavento Algarvio